segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
de algumas fragilidades...
A
menina era forte, sabida e muito corajosa.
Mas
acordou um dia sentindo medo da solidão.
Não
era medo de escuro ou de fantasmas, embora às vezes os confundisse.
O
medo que sentia era abstrato, muito mais uma sensação.
Sabia
que a solidão era uma coisa diferente de estar sozinha.
Ela
não estava.
Mas
sentia um buraquinho, um vazio, um vento gelado por dentro. E
quase ninguém via... é que muita gente não percebe pedidos de socorro.
Rezava
para que não acontecesse, mas ele vinha.
Era
um velho conhecido, antigo mesmo, desses que sentam sempre na mesma velha
poltrona.
E o
medo sussurrava uma voz de mulher: estou indo embora, e não vou voltar.
Então,
só o que restava era a solidão. Bem grandona.
A
menina ficava triste porque sabia que tudo isso só acontecia dentro dela.
Não
contava para ninguém, mas sabia mais 2 coisas: que o medo era sua alma pedindo
algo, e que tudo isso ia passar.
Só
não sabia ainda o que era...
Nem
quando.
Solange
Maia
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