quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
preguiça de sofrer...
Ando com tanta
preguiça de sofrer,
acho que minhas dores se cansaram de mim.
Tenho estado
diferente... sem aptidão para repetições.
Com alguns machucados atravessados no peito, sentia medo de
não reconhecer mais a inocência, mas hoje percebo que eles podem até
ter feito faltar sorrisos, mas nunca motivos.
Então cansei de
doer.
Agora vivo diante
desse tobogã de possibilidades que é a vida. Afinal, foi na
desistência que comecei a crescer...
E, por tudo que doeu, agradeço, trago comigo infinito
acervo afetivo.
À noite, antes de dormir, diante do espelho,
falo :
- Ei... preciso saber se você ainda está aí...
Fecho os olhos, e percebo que estou.
Então,
acho que dou conta de mim.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
só uma letra...
Uma letra.
A única diferença do meu sono quando você está comigo
é uma letra.
O ‘h’.
Com você por perto, meu sono vira sonho...
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
derretendo tantas culpas...
Baixei a guarda.
Tenho me permitido trocar a eternidade pelo
instante.
É que você me olha como se o mundo fosse
acabar nos próximos três minutos, como se a gente não pudesse nunca mais adiar um
beijo, um toque, um cheiro.
E essa urgência vai derretendo tantas culpas,
tantas razões...
Agora sei que distante o desejo castiga,
e que entre o ‘certo’ e o ‘errado’ está a
vida.
Se nossas bocas se precisam, se pode ser
palpável, se teu cheiro quer ficar em mim, então te conto todos
os segredos que moram entre o meu pescoço e os meus seios.
São teus.
Guarda com você.
Me guarda com você.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
acho que estou zangada...
Acho que estou zangada.
É que gosto de acreditar que o amor é
realizável.
Então fico torcendo para que um dia você desista de andar
tão arredio, para que pare de esconder as tuas alegrias.
Quem sabe arrisque de repente, e descubra que a
vista do outro lado é espetacular. Mas por este ângulo, é fácil entristecer, pois só o que você vê é o
inalcançável.
Deve ser isto que te deixa tão cansado...
Deve ser isto que te dá a sensação de que só você se dá.
Deve ser isto que te dá a sensação de que só você se dá.
Eu sei que algumas vezes minha sinceridade parece atrevimento, mas uma coisa é fato :
não adianta você ganhar para os outros,
e desistir de você.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
não, não dou.
Foi o teu jeito de olhar pra mim.
E de dizer,
despudoradamente, que me queria.
- Me dá um beijo
?
- Não, não dou.
Nem bem acabei de
dizer e lá estavam as tuas mãos, percorrendo minhas costas, deslizando pela
minha nuca, puxando meu cabelo e roubando um desses beijos que eu já nem
lembrava. Encostada na parede, presa nesse campo magnético luminoso, só o que
eu sabia era te querer. Nossos cheiros misturados entre tantos sussurros e tantas bobagens.
Minha boca repetia
os teus desejos.
Foi só um instante, mas um desses momentos eroticamente
imperiosos, onde tudo está a serviço do prazer.
Nunca me senti tão perto,
do céu e do inferno.
Passou.
Repetir aquilo seria deixar de flutuar, e
começar a afundar...
Aquele instante,
eu sei, ficou perdido para sempre.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
quer NÃO casar comigo ?
Quer NÃO casar comigo ?
É. Acho que é isso.
Porque quando estendo as mãos pra você, só o que
eu quero é te alcançar, e que a gente pertença àquele instante, e que sejamos
um pouco refúgio, um pouco alegria, um pouco bagunça. E depois, se a pele pedir, deslizo as pernas
sobre as tuas, e posso até torcer para que nos percamos num beijo, para que nossas
bocas virem um cochicho, um sopro, uma brisa.
E tudo bem... porque isso é só a nossa eletricidade,
mas teu sorriso ainda é a tua parte mais importante.
Isso acontece porque você tem alma demais, e porque o bem
querer abre tantas (e outras) portas.
Queria muito que você entendesse
que ‘amor’
não é estado civil.
Não, não é.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
a dor ainda está lá...
“todo
mundo precisa, pra viver, morrer de vez em quando”
Tati
Bernanrdi
O que a vitima sente é tão horrível,
quanto o
que ela não sente.
Não porque a vitima quisesse ou não ‘sentir’,
mas porque ela precisa. Todo mundo precisa. Precisamos dessas sinapses internas para nos
sentir vivos.
O que 'machuca' é que não sabemos lidar com a 'descontinuidade' que a dor gera. Buscamos desesperadamente alguma coerência, alguma sensatez.
É que às vezes acontecem coisas ruins. Muito
ruins. E não há nenhuma explicação mesmo. Nem o que aprender com elas.
Não.
Não - há - o - lado - bom.
Por mais que se tente ‘apagar’ os fatos, tudo
o que a vítima consegue é tornar o seu algoz desprezivelmente importante para
ela.
E isso dói.
Dói porque, de qualquer forma, o algoz ainda
está lá.
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