domingo, 29 de agosto de 2010

desses dias em que outros falam por nós...

A verdade é que sou intensa demais e não há quem dê jeito nisso...
Sofro dores que nem são minhas...
Vibro com alegrias que não me pertencem...
O bom de tudo é que, toda noite antes de dormir, eu rezo...
E sempre sorrio... mesmo quando estou triste...

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop,

e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites quando nada temos para brindar.


Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

obrigada Martha Medeiros,

porque hoje suas palavras falaram por mim...

sábado, 21 de agosto de 2010

esvaziar para poder encher (estou aprendendo...)

Tenho caminhado por minhas velhas palavras... formatando textos, escolhendo imagens...

Ainda não sei entender exatamente o porquê, mas toda vez que movimento algo dentro de mim de verdade, tudo à minha volta segue o mesmo ritmo.

São grandes reviravoltas, e uma porção (saudável) de coisas sendo eliminadas.

Pouco a pouco vão surgindo espaços.

E gosto disso. Dá medo, mas gosto.

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Tempo de silêncios e de cansaço.

Chega de ver através de brechas.

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Logo lanço O MELHOR DOS EUCALIPTOS...

................Do que incendeia...

................Do que não parto nunca...

................Do que me põe à flor da pele...

Ali em cima a imagem de algumas das páginas... tudo feito com muito amor...

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beijo

domingo, 15 de agosto de 2010

quero compartilhar...

Finalmente compreendi que tenho uma relação de amor com as palavras... mas palavras duram pouco.

Por isso não posso deixar passar em branco tudo que experimentei com o “Eucaliptos”...

Então, a partir de agora eles não são mais os meus “Eucaliptos”,

são os nossos Eucaliptos na Janela...

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E quero compartilhar essa relação de amor com vocês.

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Escolhi os 75 textos que mais me tocam, e vou publicá-los, intimamente, em 3 temas, formando uma TRILOGIA.

É só uma maneira de não partir nunca das histórias que deixei por aqui.

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LIVRO 1 :

O MELHOR DOS EUCALIPTOS

Do que incendeia...

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LIVRO 2 :

O MELHOR DOS EUCALIPTOS

Do que não parto nunca...

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LIVRO 3 :

O MELHOR DOS EUCALIPTOS

Do que me põe à flor da pele...

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Os 3 livros estarão a disposição em 2 versões :

· LIVRO FOTOGRÁFICO

(25 postagens ilustradas em cor, papel couché 170g/m², capa dura, 21cm x 29,7cm)

· LIVRO TRADICIONAL

(25 postagens, capa ilustrada, 21cm x 17cm)

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assim que estiverem prontos posto os detalhes...

domingo, 8 de agosto de 2010

TCHAU... vou ali cuidar de mim...

E você sentado à minha frente em silêncio.
E eu querendo te dizer (só porque é bem mais fácil do que dizer para mim mesma) que estou a um passo de ser uma nova Solange. Ou de voltar a ser a Solange de sempre.
Porque não quero mais sofrer dessas dores transparentes que me fizeram ficar tão afastada de mim.
Porque se ainda estou estilhaçada, embora vista caras de felicidade, é porque de algumas dores não se parte nunca, sobretudo destas dores emocionais.
Quando se quebra a perna, ela esta ali, quebrada, e é só a perna.
Mas quando se vive o que eu vivi, quebra-se algo do lado de dentro, e ninguém vê. Mas dói comprido, porque rompem-se todas as crenças. É a descontinuidade de tudo, a desorganização, o caos.

E dia desses aprendi que a maneira mais certa de seguir adiante é parar.
E reaprender a viver.
Porque não quero mais usar as velhas dores, não quero mais justificar minhas escolhas.
Cansei de me doer.
Quero viver meus pequenos milagres diários.
Que são lindos...

Então tchau.
Vou ali cuidar de mim....


para os que aprendi a AMAR por aqui,
deixo meu carinho mais sincero...
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sábado, 7 de agosto de 2010

das coisas que não entendo...

É que tenho sempre tanta vontade de pertencer, mas quando pertenço, sinto-me levemente aprisionada, e tendo a partir mais uma vez, em vôo raso, rente à terra, mas no ar, solta, solta, solta...

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É que escolho as palavras “na pinça”, me entrego a elas, penso, repenso, mudo vírgulas de lugar, mas depois de pronto concluo quase sempre que prá muito sentimento ainda falta palavra...

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É que vejo laços tão profundos, de histórias tão perfeitas, de vidas milimetricamente compartilhadas, mas que quando expostas a um vento mais forte põem tudo a perder, e parece que esquecem a medida do perdão...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

do que cansa...

Hoje acordei assim, com alma de estivadora.

Dessas com a pele machucada pelo sol,

com cansaço evidente e um desamparo mal disfarçado.

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São dias em que os pés descalços denunciam o abandono,

e que os olhares mareados e a pele suada são maiores do que eu.

Estou assim, das docas, dos labirintos, da escuridão.

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É que às vezes canso. E falho.

E não queria mais as velhas mangas arregaçadas, ou o sal do cais.

Queria um colo morno, um abraço longo,

e me ver livre de tudo que pesa em meu ombro.

domingo, 1 de agosto de 2010

é tão longe escrever...


Amo a palavra. Tão livre. Tão permissiva.

Com elas desnudo-me. Sem nem ficar corada.

Entrego o mel que há em mim, ousada, valente.

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Através delas declaro, partilho, deixo de lado moderações e censuras, e vou rimando minhas escolhas, meus medos, meus sonhos.

Falo a ti sem gaguejar, provoco, não titubeio... e ainda posso enfeitar o final.

Mas as palavras duram pouco.

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E mesmo tendo um mar delas aqui dentro, bem rente a onde nasce o amor, mesmo assim acho difícil encontrar a medida exata dos meus quereres, mesmo quando tenho certeza da palavra escolhida.

Pois se volto e releio, vejo meu sentimento ali : filtrado, fosco, imperfeito.

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Porque às vezes é tão longe escrever...

E tão perto saber sentir.