terça-feira, 28 de dezembro de 2010

balanço...

Esse ano foi um ano bom.

Pode até parecer retórico, mas todos são.

Aprendi que apesar de densa, a vida é meio mágica.

Dá sempre prá tirar um coelho da cartola.

Dá sempre prá encontrar motivos prá sorrir.

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Porque parece ser sempre assim, quando a gente acha que finalmente entrou nos trilhos, vem um vento forte e tira tudo do lugar.

E lá vamos nós, tentando nos alcançar, tentando acertar os passos, descobrir quem realmente somos.

As paisagens podem ser quase sempre as mesmas. As pessoas também.

Não é o que faz diferença.

São as nossas decisões.

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Afinal, decidimos a cada instante quem somos e em quê acreditamos.

E quando disse que a vida é meio mágica é porque temos sempre uma segunda chance.

Temos sempre o próximo segundo.

E nele podemos decidir de novo,

podemos melhorar nossas escolhas.

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2010 me ensinou a ver o que há por trás das coisas.

Mas, dentre tantos aprendizados um é certo...

aumentei essa vontade de ser feliz que só eu sei.

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Que 2011 venha, e que a gente saiba fazer tudo o que vier caber na gente...

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domingo, 19 de dezembro de 2010

volto logo...

Do you believe in Fairies ?

Say quick that you believe.

If you believe, CLAP YOUR HANDS!

J.M.BARRIE 1860-1937

- PETER PAN -

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Quero acabar o ano assim... ACREDITANDO.

Se você também acredita, então faça como J.M.Barrie fez há quase 100 anos atrás : BATA PALMAS !

Bata palmas comigo...

Bata palmas pelo amor, pela generosidade, pelos abraços de verdade, pela alegria gratuita, pela bondade, pelos amigos, pelos desconhecidos que nos sorriem, pelo beijo na boca, pelo teto, pelo futuro do mundo, pelas crianças, pela vida !

Porque dentro de cada um de nós tem uma pessoa melhor.

Porque podemos nos dar mais.

Podemos acreditar mais.

Podemos fazer diferente.

Então, quero um 2011 de fé.

Fé na gente.

Fé na vida.

Fé porque viver é bom demais !

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E a gente pode.

pode sim...

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OBS.
Volto logo que o ano começar... e deixo aqui meu carinho especial a você, porque por aqui tudo é bom demais... e sou diariamente presenteada por essa energia linda, por essa alegria boa.
beijo,
Solange Maia
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sábado, 18 de dezembro de 2010

então... vem me salvar

Ela tinha visto o tempo escapar, como se tivesse chovido torrencialmente e as águas tivessem levado pelas ruas cada minuto que ela não soube aproveitar.

É que estava cansada de tatear no escuro, e precisava tanto de levezas, que quase não conseguia mais segurar as durações.

Talvez por isso não entendesse por que sempre interrompia as histórias para estar sozinha, por que não se encaixava nesse mundo, só nela mesmo.

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Ela não queria mais dispensar alegrias.

Então fechou os olhos e pensou bem forte:

- Vem me salvar, vem me salvar, vem...

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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

do fim do ano...

O fim do ano chegando e os desejos ficando mais sólidos.

Tempo de querer mais alegrias, dessas fincadas na terra,

com raízes fortes, promissoras.

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Porque o mundo não é só esse aí fora,

o mundo pode, e deve, ser muito mais bonito.

Porque quando a gente percebe o que ainda pode fazer,

e os sorrisos que ainda serão nossos, em tudo nasce luz.

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Em dias assim descobrimos que as chaves que abrem o amanhã,

Estão todas dentro da gente.

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“É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.”
- Carlos Drummond de Andrade -

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domingo, 12 de dezembro de 2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

uma hesitação...

Noite escura e na mochila dela pouca coisa, quase nada.

Os olhos percorreram tudo à sua volta. Parecia filme.

Com a porta já aberta ela ouve :

- Não vá.

Uma hesitação.

E ela fica.

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Fica embora tivesse esperado tanto por aquele instante,

embora tivesse imaginado toda a sua vida além daquela porta.

Fica mesmo sabendo que ficar era só adiantar no tempo o que já estava pronto dentro dela.

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Ela não conseguiu atravessar aquele instante.

E era só uma porta.

Mas ela não pôde ir, ele tinha razão.

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Mais um dia amanheceu. Mas só do lado de fora dela.

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

desses momentos impagáveis...

Essa é uma postagem que você
só vai entender se ASSISTIR o vídeo.

E o momento que acontece 1 minuto e 40 segundos

depois do início...

O detalhe dos olhares, da sensualidade, da alegria.

Tá... a música é linda, o Bono Vox é o máximo, mas não é disso que estou falando... assiste vai... é do momento...

é do momento...

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Estava uma tarde chatinha, eu tinha uma pilha de coisas para fazer... desses dias em que a gente dava tudo prá sair correndo do escritório. Nem sei bem porque, mas me lembrei de um vídeo lindo do U2, procurei no YouTube, achei.

E a tarde parou.

Tudo parou.

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o que é esse vídeo ?

que lindeza é essa ?

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que vontade de ter esse olhar...

um olhar assim, pousado em mim...

um momento desses...

(sem Bono, sem palco, sem multidão...)

putz...

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que IMPAGÁVEL !

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(se der aumenta o som, aumenta o vídeo, aumenta a alma...)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

estou cansada...

Aprendi que as coisas têm tempo certo para acontecer.

E que o mais prudente é esperar.

Então espero.

Mesmo com uma inconfessável pressa do lado de dentro.

Mesmo com vontade de estender as mãos e trazer o amanhã para bem perto.

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É que estou cansada dessa coisa toda,

e quando penso no que a gente pode viver,

abasteço-me de sonhos,

e aí já não me basta mais essa espera.

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Ando com tanta vontade de ser feliz...

domingo, 5 de dezembro de 2010

talvez fosse para ela...

A menina correu para baixo da marquise. A chuva caia torrencialmente lá fora. Ela tinha saído para caminhar, e agora, enquanto esperava a chuva passar, percebeu na vidraça embaçada do outro lado da rua o desenho de um coração surgindo, desses desenhados pelos apaixonados que vagam na noite. Dentro dele um nome que ela não conseguia decifrar. O outro lado da rua parecia longe demais...

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Mas ela cansou de esperar, saiu na chuva, atravessou a rua.

Fez isso porque tudo o que queria era caber naquele coração desenhado as pressas, tímido até, mas que atravessara a noite intacto.

Ela queria um coração assim, que durasse até a manhã seguinte...

E queria ler aquele nome.

Talvez fosse o dela.

Talvez.

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Ficou insegura.

É porque nunca lhe disseram que somos bem menores do que aquilo que sentimos.

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sábado, 4 de dezembro de 2010

do que me excita...

Um vinho bom, e a taça molhando o assoalho, desenhando círculos e intersecções.

Porque é ali que te espero. No chão.

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E o que me excita é te ouvir chegar e ver tua cara assustada enquanto tiro minha blusa antes de te beijar, e arranco de ti um suspiro quase inaudível. Sou janela imensa que abre diante de ti. E tomo mais um gole enquanto empurro-te para o chuveiro, e encharco teu corpo ainda vestido. Só então te beijo. Acendo um perfume no vapor do teu corpo. Faço espuma, esfrego, entrego. Sinto teu peso em mim.

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E tua cara, ainda assustada, é o que me faz amar cada uma das tuas necessidades, teu desejo de mim, tua vontade velada de amanhecer deitado em meu peito. E pode. Pode sim, porque conheço todos os teus pecados.

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

quando a distância é só a de fora...


Guardo tuas palavras e penso que dariam um livro bom.

É que a gente tem escrito tanta coisa bonita.

E quando escrevo para você não tenho controle nenhum sobre minhas palavras, elas saem sem que eu me dê conta do tanto de mim que te entrego.

E tenho medo.

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Suas palavras atravessam a muralha que rodeia meu coração.

Fazem cócegas, arrancam sorrisos.

Te imagino... coro.

E leio mais uma vez. São linhas lindas.

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Guardo tuas palavras em silêncio.

Você está tão perto. Quase não percebo o oceano entre nós.

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

invisibilidade...

A música tocando alto no andar de cima. Elis Regina. E eu querendo ser sugada pela janela, ser urgentemente levada para outra vida, para outro andar, para muito longe.

Há quanto tempo não encho a casa de música ?

Logo eu que gostava tanto.

Mas estou aqui, e custo a entender porque não me movo.

Choro na sala. E sou (transparente) invisível.

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E só o que eu queria, era ser cuidada.

Queria caber dentro de um abraço, de um afago doce, de um bem querer.

Ando tão só...

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domingo, 28 de novembro de 2010

m.e.m.ó.r.i.a.s

Trago comigo tantas paisagens internas...

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Lembro das manhãs lá da praia. Eu acordava cedo e saía para caminhar, sozinha. Devia ter uns 15 anos. Aquela brisa fria, vinda do mar, e meus pés na beirinha. Lembro de entrar em casa e sentir o cheiro do pão fresco. Um saco pardo sobre a mesa.

Lembro de quando era menor, e da poeira fina que eu via iluminada pelo sol quando batia com as mãos no cobertor, eu tinha certeza que eram pequenas fadas. Ainda gosto de achar que talvez realmente aquelas poeiras fossem fadas.

Lembro do baú de fantasias e da linda camisola azul, que eu vestia achando que era roupa de festa de uma princesa medieval. Naqueles dias eu trazia uma alegria por dentro, e era assim que eu queria sair para a rua.

Lembro de quando fazíamos uma fogueirinha na calçada e do vento fazendo o fogo mexer, e dos meus olhos, presos naquela dança, hipnotizados pelos laranjas da natureza.

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Essas memórias ainda passeiam por mim.

Fazem-me flutuar, me salvam.

Diante delas acredito mais uma vez que o tempo não existe.

Ontem, eu era assim.

Hoje, sou também.

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Todo mundo pode voar.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

mulher “quase” fatal...

Pinto as unhas de vermelho, e faço caras no espelho.

Às vezes acordo assim, querendo ser uma mulher fatal,
mas logo perco o passo, erro a pose,

é que sou tão sentimental...
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Se quero ser desajuizada, uma linda mulher vulgar,

preciso saber acender meus beijos sem afetos,

esfregar meu corpo ao teu, sem me faltar o ar.

Mas assim que te toco, minhas mãos teimam em percorrer-te inteiro,

e só me satisfaço então, com o amor.

E fracasso.

Qualquer suspiro seu me comove.

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Se tento mais uma vez,

e tiro a roupa na luz, mostro-me.

Só meu corpo. Toda nua.

Mas, se por dentro sou sua, como abstrair ?

Fingir ?

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Mas como posso, se trago o amor na boca ?

Como posso, se há só poesia em mim ?

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

das nuvens que eu vejo...

Sento sozinha como nunca fiz antes, mas meu silêncio não me desampara.

Há um quase desconforto, e para consertar acabo me deitando.

Olho as nuvens enquanto na verdade observo a mim própria.

Cansei de levar o caos no peito.

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Hoje não quero explicações.

Quero só existir.

E por isso começo a entender que você não vem.

Não importa. É a mim que aguardo.

Pela primeira vez.

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Tudo aqui dentro resolveu se transformar.

Meus sonhos e desencantos.

Mas resta um branco bom, como a nuvem de açúcar de confeiteiro que vejo lá no alto.

Sinto então a chance de um recomeço...

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É... tem muita coisa acontecendo em mim.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

outra história, da mesma Solange...

sou do inverno ........... ela do outono

sou das letras ............ ela das palavras

sou do silêncio ........... ela da prosa

sou do mato .............. ela da cidade

sou do algodão .......... ela da seda

sou da vanguarda ...... ela da elegância

sou dos livros ............ ela das teclas

sou do dia ..................ela da noite

sou da água .............. ela do vinho

sou dos copos ............ela das taças

sou dos olhos chocolates, ela caramelos

sou Maia, ela também

somos irmãs

somos do bem

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Dos nossos caminhos, de nossas vidas, do nosso cotidiano, nasceu o MIMO CHIC, um blog que conta outra história, da mesma Solange...

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Vou amar se você for até !


te amo Lulú... minha doce caramelo !!!

domingo, 21 de novembro de 2010

do que já me pertenceu...

Ando encerrando alguns ciclos.

Parece simples, mas para mim ainda é um pouco assustador.

Meu coração fica miúdo, como se, encerrando uma felicidade que já me pertenceu, eu estivesse subtraindo de mim alegrias raras.

É como se encerrasse também, de alguma forma, um pedaço meu.

E sinto-me (quase) subtraída.

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Acho que é só essa minha imensa vontade de fazer eterno.

De fazer durar qualquer alegria.

Então é preciso coragem.

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Mas como disse minha irmã Bia, algumas fases vividas ficam bonitas onde estão : no passado, na nossa história, na construção de quem somos nós.

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Começo então a sentir um acréscimo de estima por mim mesma...

E permito-me novos sorrisos !

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

não há poesia possível...

Tem algumas solidões que são impossíveis de serem contadas.

Mas podem ser percebidas.

Estão ali, na sutileza de uma palavra que nunca será ouvida,

na resignação diante de uma ausência, na renúncia a um amor.

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E doem mais essas solidões subentendidas, aquelas às quais nos acostumamos, as que já nem sabemos como sentir...

Porque tem distâncias que não se dissolvem nunca, abraços que jamais serão dados, momentos que não serão compartilhados.

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Não falo da solidão física, esta é óbvia, e surpreendentemente não tão só.

Falo da solidão que vaga entre nossas sombras e nosso abandono,

daquele pedaço de vida que nos é mais seco, do deserto que a gente não queria atravessar.

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Não quero poetizar a solidão.

Diante dela não há mesmo poesia possível.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

escondido entre os ganhos...

Sou uma mulher comum. Sorridente, educada, batalhadora, me dou fácil às pessoas.

Por isso, em mim, o que prevalece é a impressão de que tudo está sempre “ok”.

Ouvi algumas vezes que já tenho o que procuro.

Mas só eu sei desse meu desamparo.

E meus dias seguem assim.

Uma mistura de paz infinita com a pungência de uma solidão interna.

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Mas ninguém, ninguém vê.

É que tenho essa vontade imensa de viver,

misturada a uma calmaria de quem já vive...

E é difícil explicar.

Tenho tantos ganhos, tantos risos, tantos afetos.

Tenho tudo.

Menos alguém para levar embora esses meus olhos tristes...

sábado, 13 de novembro de 2010

quem não quer ?

Livre-me de tudo que possa travar em mim o amor...

Lembre-me que, embora controverso,

o amor sempre é lindo...

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Adão e Eva

Marco Antônio e Cleópatra

Auguste Rodin e Camille Claudel

Dante e Beatriz

Romeu e Julieta

Hamlet e Ofélia

Tristão e Isolda

Orfeu e Eurídice
Vita Sackviller e Virginia Woolf

Oswald de Andrade e Pagú

Orson Welles e Rita Hayworth

Rosselini e Ingrid Bergman

Humphrey Bogart e Laureen Bacall

Arthur Miller e Marilyn Monroe

Frank Sinatra e Ava Gardner

Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir

Onassis e Maria Callas

Juan Peron e Evita

Salvador Dali e Gala

Sérgio Buarque de Holanda e Maria Amélia

Otelo e Desdêmona

Diego Rivera e Frida Kahlo

Dorival Caymmi e Stella

Carlo Ponti e Sophia Loren

Jorge Amado e Zélia Gattai

Lampião e Maria Bonita

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

o amor que ainda quero viver...

É que volto sempre na mesma tecla...

e hoje acordei de novo com essa “falta”.

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Mas diferente dos outros dias, acordou também uma explicação, v.a.g.a.r.o.s.a e abusada de metáforas, mas uma explicação.

É que, em mim, “falta” é um querer tão pensado, que quando vestidinha prá festa, até parece uma dor.

Mas a “falta” ao acordar, assim de pijamas (sem estar pensada) não é tão doída assim, e quase acho que é só uma falsa sensação de vazio.

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Falsa porque minha “falta” não é vazia.

É cheia.

Cheia dessa minha busca pela palavra linda ainda não dita, pelo melhor encontro, pelo momento perfeito.

Minha “falta” é meu aval para seguir em frente,

é o caminho que ainda quer ser percorrido.

É o que me põe com sede.

O que me faz ter estampado nas letras o amor que ainda quero viver...

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Minha “falta” pediu espaço para postar Pablo Neruda.

Aí vai...

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"Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras."