quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sem Meus Amores

Vou viajar.
Não sei como é com vocês, mas para mim quando não posso levar todo mundo que amo nunca tem a mesma graça.
Curtir paisagens, tardes ao sol, cavalos, aragens e filhotes de bichos é muito melhor quando dividido com nossos amores.

E meus amores em especial são pessoas incríveis, daquelas que não existem mais.
São raros em seus gestos que sempre me fazem sentir em casa, mas naquela casa de dentro, no ninho.
Com eles um café nunca é só um café, e há sempre uma alegria extra em cada momento.
Um bom papo, muitas risadas, algumas velhas canções, saudades, tudo os motiva, tudo nos aproxima.

É com eles que gosto de passar um final de tarde geladinho, tomando chá de cidreira com sequilhos de nata e falando da vida.

É com eles.

Vou viajar.
Levo-os na alma.
Sempre.
Mas queria-os era no banco ao lado, porque prazer mesmo é duro de sentir sem eles.


*Meus amores : Papi, Nini, Bi, Lú, e Cacau (risos...)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Óleos Essenciais ou Olhos Essenciais ?


Outro dia descobri Óleos Essenciais.
Os realmente naturais possuem alta freqüência vibratória, e nenhum vírus, bactéria ou fungo sobrevive em tão elevado padrão energético.
Soube na hora que eram presentes da natureza.

Óleos de jasmim para a exaustão, hortelã-pimenta para a memória, bergamota para a gripe, sândalo para a inflamação.


Outro dia descobri Olhos Essenciais.
Olhos que realmente importam também possuem alta freqüência vibratória, e nenhuma dor ou solidão sobrevive a tão elevado padrão energético.
Soube na hora que eram presentes da natureza.

Olhos intensos para a carência, suaves para o amor, sinceros para libertar, profundos para que sejamos compreendidos.

Óleos essenciais são cada vez mais procurados.
Mas para mim, essenciais mesmo ainda são os olhos.

Por que o que a gente precisa mesmo é ser olhado...


sábado, 25 de abril de 2009

Manjedoura de Cacos

A experiência da dor muitas vezes nos motiva a sermos pessoas melhores.

Já fui sim a debutante tímida, introduzida quase sem delicadeza à vida de verdade. Hoje me sinto grata pelo amadurecimento, mas já doeu em mim o gosto amargo das mocinhas que perderam a inocência com os errantes sem coração.
Já houve o tempo de recolher, mas do silêncio e da solidão tirei meu mais belo mosaico. Minha manjedoura de cacos.
Sempre nasço de novo diante da dor.

Hoje quase todas as minhas crenças modificaram-se.
Existimos num corpo, e essa é a forma mais natural de se perceber que tudo tem começo, meio e fim.
Nada é perpétuo.
Nada é para sempre.
Esta constatação me cabe porque exercita minha humildade, e me traz a consciência de que tudo dura SÓ um determinado tempo. Até a dor.

Hoje posso até sofrer, mas logo ponho um sonho novo na alma e saio por aí...

Solange Maia

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Presente do acaso

É... de vez em quando o mundo nos presenteia...
Esta é uma das mais belas interpretações que já ouvi...

Contam que Rod Stewart um dia, passeando pelo metrô, em Glasgow, ouviu uma jovem cantando divinamente. Fascinado pela cena que acabará de presenciar convidou-a para cantar com ele no seu próximo concerto, em Albert Hall.

O resto, é para nosso deleite...


domingo, 19 de abril de 2009

Eucaliptos de dentro...

Tem momentos em que os eucaliptos me são necessários.
Os que vejo da minha janela.
Mas, sobretudo os que não vejo, aqueles que passeiam por minhas memórias.

Acontece em dias que tenho saudades daquele amor bonito, que rouba o sono, que faz cantarmos belas canções, que cora a face, que clareia o dia...
Não quero que seque meu mar de dentro.

E, se não forem os eucaliptos, então preciso de teus olhos.
Porque já não cabem mais em mim esses olhares cotidianos.
Quero ser vista vagarosamente.
Por olhos interessados, curiosos, que me sigam.
Acho que é mais do que isso, desejo ser compreendida.

Viu ? Preciso urgentemente dos meus eucaliptos... de dentro !
Ou então cantar Vanessa da Mata prá você...



sábado, 18 de abril de 2009

O amor te desorganiza

Falo da minha pressa em viver.
Você falando da sua calma.

Falo dos meus projetos e sonhos,
Você com seus excessos de realidade.

Falo da minha vontade de pegar a mochila e sair andando.
Você preso em raízes e amarras.

Falo sobre minha ânsia pelo novo.
Você de rotina e compromissos assumidos.

Faço planos.
Você, estratégias...

Mas quando toco seu rosto sinto sua respiração faltar.
Percebo seus olhos procurando minha boca.
E isso te faz tímido.
Sei também por que é que você faz essa cara séria e franze a testa.
É porque no fundo falamos da mesma coisa.
No fundo você me ama e está desconcertado com a falta de planejamento desse amor.
No fundo o que você quer de verdade é me beijar na boca.

Porque o amor acontece assim.
Nos desorganiza, e depois nos salva...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

As crenças de cada um...

Cada vez mais tenho certeza que não vivemos do que vemos.
Vivemos do que cremos.

E nossas crenças é que nos salvam... ou nos escravizam.

Lembro que li em algum lugar um texto supostamente escrito por Herbert Vianna, que sem procurar culpados, demonstrava sua insatisfação a respeito da atual busca, quase insana, pela beleza “ideal”.

Ele dizia que hoje, Deus é a auto-imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção, e celulite falta de educação.

A sociedade só pensa em imagem, nada mais importa.
Não importam os sentimentos, a cultura, o relacionamento, o outro...

Mas há que se rever as crenças.
Afinal, sentado naquela cadeira de rodas, sem barriga de tanquinho ou coxas saradas, Herbert Vianna continua o mesmo, e belo, “gigante” de sempre... ou não ?


Herbert Vianna & Luiza Possi - Quase Um Segundo

sábado, 11 de abril de 2009

Estou em festa...

Todas as datas festivas modificam-me no último instante.
Quando percebo já estou decorando a casa e a vida. Quem me conhece sabe bem. Sinto uma alegria quase infantil, que transborda por meus olhos, que brilham de maneira especial.

Gosto da sensação de paz que estas festas causam.
São tão “família”...

É dentro da gente que gosto de enfeitar... são dias em que me permito cantar mais alto, dançar livremente, fazer doce e raspar o fundo da panela, encher o espaço de laços, flores e balões.

Gosto de acreditar nestas fantasias.

Sinto-me esperançosa por dentro, dona de uma euforia que custa passar... e depois que passa sinto saudades daquelas de colar na parede uma folhinha e riscar os dias até que a próxima data se aproxime e comece mais uma vez a me modificar...

E amanhã comemoro a Páscoa e sopro 42 velinhas... !

Salve ! Salve !

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ouvir Elis...

Coisa que me encanta é ver minha filha de 4 anos cantar Elis Regina.

Eu pessoalmente nunca a vi cantar, não tinha idade para ir aos seus shows, e depois... depois foi tarde demais.
Mas cresci ouvindo aquela voz gigante, com o som sempre alto, e a sensação clara de que estava diante de um daqueles momentos mágicos da vida.
Ouvir Elis é assim, sempre um milagre pra mim.

Uma felicidade que, mesmo sem programar, passei adiante.
Quem convive comigo inevitavelmente acaba cantarolando alguma música dela.
Bonito isso... quando a gente devolve ao mundo os tesouros que recebeu !


"As coisas estão tão esquisitas hoje em dia, que a gente anda ressabiado de dizer que gosta das pessoas.
Então a gente inventa coisas, a gente inventa que é tímido, a gente inventa que não encontra jeito de dizer, que a gente está muito ocupado, e que um dia vai dar tempo de sentar e conversar..."
Elis Regina

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tristeza que faz bem...

Como dizia o poeta, Vinícius de Morais, prá fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza.

Tristeza que é tão “de todo mundo”, mas que tantas vezes a gente acha que é mais do que merecemos.
Que nos obriga a sair do curso, que torna visível nossa pequenez, mas que nos faz repensar, reaprender, recomeçar.
Tristeza que não queremos, que nos põe de joelhos, mas que nos faz irmãos.

Porque tristeza é que nem vulcão, e quando já não cabe mais na alma, explode feito lava quente escorrendo na face da gente...

E é por essa tristeza que insistimos em não sentir, mas que confirma nosso tamanho, que escrevo hoje.
Por que é nela que comungamos.
E é diante dela que nos rendemos.

Dessa tristeza doída que faz tão bem...

domingo, 5 de abril de 2009

Caibo em seus olhos...

Mamãe é uma dessas mulheres raras.
Não precisa muito para se fazer notar.
Seu cabelo de fogo, seus olhos, e sua energia
se comunicam por ela.
E, não é só isso... mamãe seduz com a mente,
tem a medida da verdade, assusta.
É grande, mas tem a timidez dos bons.
É verão, mas tem a maturidade do inverno.
Mamãe tem um senso estético impecável...
Mas o melhor da mamãe é que a gente
cabe inteira nos olhos dela...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dispa-me

Dispa-me.
Mas dispa-me completamente.
Certifica-te de que nada em mim excede.
Tira-me todo pano, todo pudor, todo porvir.

Dispa-me dessa mulher madura que insisto em ser.
Tira de mim esse abandono, essa sensação de que há sempre só partida para os meus amores.
Dispa-me dessa fome que tanto me revela, dessa insegurança, dessa timidez.

Mas quero ser despida ao sol.
Preciso estar certa do que me tiras.
Dispa-me logo dessa mágoa que finjo não sentir.
Por que agora quero estar assim... desabitada.

Dispa-me porque quando me tiras tudo é que me enches ainda mais.
Deixa-me docemente desguarnecida.
E só me veste de novo se for com tuas mãos em concha, assim como um parêntese no meio do dia.