quinta-feira, 15 de agosto de 2013

algumas coisas demoram...

Abasteço-me de imaginação, visualizo, e desejo muito que aconteça.
Mas algumas coisas não são assim.
Algumas coisas demoram.
Têm seu tempo certo para acontecer.
Por mais que me esforce, que corra atrás, esse tempo não vem. E passo dias repetidos com esse ‘vazio’, querendo tanto ver o que desejo existir.

Então, nesse intervalo, a gente descobre que cresce por dentro. Aprende a aceitar.
E uma coisa é certa, a vida também acontece nessa demora.
E, às vezes, já nem sou mais a mesma pessoa, embora continue imaginando, e desejando...
As coisas mudaram, e agora digo assim :
- Tá tudo bem 'coisa demorada', eu já aprendi a esperar você acontecer.

domingo, 11 de agosto de 2013

dia dos pais... e de quem souber amar...

Hoje quero desejar um Feliz Dia dos Pais diferente... quero desejá-lo para você que é pai, mas também para você que é mãe, irmã(o), tia(o), amiga(o), dinda(o), avó(o)... afinal, pra mim, ser ‘pai’ é viver uma linda experiência de amor, é externizar e eternizar essa benevolência que habita a essência de todos nós, o amor é um instinto primitivo, mas... há que se ter coragem porque amor é entrega e doação.
Por isso acredito que qualquer um que deseje, pode lindamente fazer esse papel. Pouco importa o laço genético, o que vale é a experiência afetiva, a entrega amorosa.
Um amor que é antes de tudo um amor à vida.
Um amor a quem já fomos um dia.
Um amor que desconhece o egoísmo, que é feito para o outro, que é presente que se ganha dando.

Ter tido a oportunidade de viver essa experiência com minha Bebela é um privilegio que agradeço todos os dias.
Quem me conhece bem sabe que não há uma noite sequer que eu não a massageie lentamente antes que ela durma. Demoro em suas costas, nos braços, pernas, em cada dedinho, no pescoço... é um carinho englobador, uma fala que não precisa de palavras, uma declaração de bem querer, um pertencer, um dar que é o mais belo receber que se pode experimentar... 
Sou mãe. 
Mas também sou pai.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ando muito sozinha...

quero o primeiro olhar da manhã, quero uma música de presente, quero escolher frutas no supermercado, quero palavras simples que me encorajem, quero cozinhar agnolottis com castanhas, quero dividir a manta no sofá, quero levar o cachorro que nem tenho para passear, quero mãos dadas, quero ver um filme que já vimos, quero nem ver o tal filme, quero a doce certeza de que ao estender as mãos encontrarei as tuas, quero telefonemas indisciplinados, de manhã, de tarde, no trânsito, a qualquer hora, quero flores em dias comuns, quero dias comuns, quero estender a toalha da mesa enquanto você põe os pratos, quero ler um conto, quero um vinho tinto, quero ouvir um pássaro, quero contar da minha infância, quero ouvir sobre os teus pais, quero entrelaçar os dedos, quero uma sorte bonita, quero uma sopa quente, quero jogar conversa fora... é... ando muito sozinha.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

qualquer rima pobre que seja rica...

Você tem falado muito baixo. Quase não te escuto.
Ando cerrando os olhos, atenta, como se assim pudesse ver palavras surgindo dentro da tua boca, e, quem sabe, pudessem ser minhas antes mesmo de nascer.
Mas não as vejo.
Vejo só um linho fino, uma névoa, um véu.
Um filtro delicado e bonito, mas que turva o olhar, nos escondendo um do outro.

Já quase não te ouço.
E torço pra que fale qualquer coisa pequena que seja grande, qualquer rima pobre que seja rica.
Qualquer fala sincera que derreta esse muro que nasce do silêncio preguiçoso e cheio de dúvidas que se instalou.

Desconfio que tuas poucas palavras sejam um longo discurso.
Talvez então, dessa história eu nunca saiba o final.