terça-feira, 30 de outubro de 2012

quando o amor é uma hipótese...

Ele era objetivo e prático, permanecia quase o dia todo nesse estado inalterado da razão. Espartano em cada gesto que calculava antecipadamente. Dizia que gostava das verdades escancaradas, até mesmo daquelas que nunca deveriam ser ditas (ou pensadas). Cheio de certezas.

Até que ela apareceu.
E sorriu para ele... desvendando, sem pudores e sem pecados, os caminhos sinuosos que ele nem lembrava.
Alongou os braços lentamente, até tocá-lo. Delicadamente.

Ele se sentiu disparado de um canhão sem rumo.
Fragilizado em sua imperturbabilidade.
Só lhe restou então, uma certeza : a da dúvida.
E o amor era uma das hipóteses.


(trouxe do novo blog para cá... não sei partir do "Eucaliptos"...)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

das coisas que já nascem bonitas...

Eu repetia muitas vezes que estava feliz por estar sozinha (afinal, há pouco tempo eu duvidava que conseguiria), e mantinha aquela crença de que é preciso viver o ‘luto’, de que há sempre um período sabático a ser percorrido depois de uma separação.
Mas... então como explicar o acaso ?
Como explicar você ?

Tudo tão inesperado...
E aquela eletricidade que percorria meu corpo inteirinho quando você se aproximava ?

Tentava repetir o mantra dos benefícios da solidão, mas só o que me vinha a cabeça era você sentado ali, reduzido à tua significância. Que era tão grande.
Tão grande.


(trouxe do novo blog para cá... não sei partir do "Eucaliptos"...)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

das incandescências...

Faltavam 2 ou 3 quilômetros, mas o trânsito era tanto que eu sabia que ia levar ainda uns 40 minutos. Olhei para os outros motoristas, mas eles não tinham rosto... é que ando tão 
‘so far away’ que só o que eu soube fazer foi prestar atenção na música alta: Ana Carolina cantava assim :

            ♪ ♫ ... vou bater na sua porta de noite
completamente nua... 

Vasculhei a bolsa atrás da moleskine
Precisava me esvaziar das palavras.

Escrevi, escrevi, escrevi... e soube que, a despeito das horas, minhas palavras eram sempre noturnas.
Soube também que, naquele instante, estava abrindo outra janela.
é...


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

- fim do blog -


Termino exatamente como comecei : com Chacal.

“Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar...”


É que um dia a gente tem que ter coragem de desgarrar.
A gente tem que ter coragem de partir.

Já faz algum tempo que não me sinto exatamente ‘em casa’ por aqui. Já faz algum tempo que não me reconheço nessas linhas que foram tão minhas.
Mas tudo foi ganho.
Verti aqui minhas histórias, meus amores, os medos, os sonhos, mas, sobretudo as minhas incandescências...
Por 4 anos.
Mas hoje eu quero mais.
Quero o novo, quero o desconhecido.

Hoje os sapatos pediram para parar.
Hoje os eucaliptos que me interessam 
são só os que eu posso tocar.


Agradeço imensamente a companhia.
Impossível conseguir mensurar o valor de cada um que por aqui passou.
Sou cheia desse amor bonito, e vou com ele por dentro.
Jamais serei a mesma.

Obrigada.
Muito, muito...

Solange Maia

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

não seguro mais essa ideia de ‘no futuro’...


Quero que saiba que ‘não me dar’ me faz desabar por dentro.
E que desabo também todas as vezes que você aparece com aquele jeito doce me convidando prá ser feliz, e depois quando finge estar meio distante, mas sem nunca desviar os olhos de mim. Desabo por todos os encontros possíveis que você inventa, e por saber que me esquivo de todos eles.
Ando tão arrependida por recuar, por chegar sempre atrasada aos teus pensamentos, por pensar demais...

Preciso encontrar um jeito de te falar que só o que eu quero, é que me queiras.
Quero que me dê um desconto, que não desista, que perdoe minhas inseguranças.
Que esqueça todos aqueles medos que te contei.

Preciso te falar que não quero falar mais nada.
Que não seguro mais essa ideia de ‘no futuro’,
que cansei dessa estupidez.
Hoje acordei assim, querendo viver o ‘agora’.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

sorte ?


De vez em quando sinto uma alegria prematura, dessas que se anunciam antes mesmo de existir.
E para que ela não escape pela janela dos olhos, deixo-a em mim. Só por um instante. E é nesse momento silencioso e íntimo, que ouço o coração me pedir coragem.
Ontem foi assim.
Sorte ?
Na hora nem percebi, mas naquela mesa, éramos “nós”.
E foi tão fácil...
Torço, então, para que volte aos meus olhos.
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terça-feira, 2 de outubro de 2012

um risco para os inexperientes...


Não distinguo ‘hoje’ da ‘semana passada’. Não internamente.
O tempo anda tão veloz que custo a acompanhar, mas gosto. Gosto porque estou mais uma vez num daqueles momentos de renascer, de novo pondo o coração para descansar.
No começo achei que poderia sobreviver dessa imensa paz que sinto por ter virado a página. Mas não.
É preciso muito mais.
E desconfio que ando perdendo alguma coisa.
Por isso encolho os ombros e penso no tempo, voraz. Encorajo-me... é que não consigo evitar a vontade de querer amar de novo.

Agora engulo os dias, me refaço, e não arrisco mais com a palavra "amor".
O amor é para gente séria.
É um risco para os inexperientes.
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