domingo, 27 de abril de 2014
tenho uma coisa contigo...
Pra você sempre escrevo da pele, do tato, do cheiro.
Sempre da boca, da cama, do chão.
Mas hoje, hoje não.
Hoje quero escrever sobre como o tempo tem sido bacana com a gente. Como com o seu passar fomos descobrindo beleza em um monte de coisas que pareciam ocultas, em como, num mundo de poucos laços, construímos um que não sucumbe, em como soubemos solidificar nosso afeto.
Quero escrever sobre essa 'coisa' bonita que nos põe num 'lugar' isolado de todo o resto, sobre estes nossos olhos que se comunicam tanto, e as coisas que achamos importantes e que são tão parecidas... mas, sobretudo quero escrever sobre essa nossa sorte. E como é gostoso isso.
Em geral, acredito, o bem querer é assim.
Sei que tudo muda, que tudo se transforma, e nem dá pra dizer que somos os mesmos, mas é fato :
Tenho uma coisa contigo...
Talvez sejam nossas palavras.
Talvez sejam elas, que insistem em nos reunir para sempre.
Solange Maia
quarta-feira, 9 de abril de 2014
daqui a 3 dias...
Tem gente que esconde,
tem medo de falar, disfarça.
Eu não. Tenho o maior
orgulho.
Encho a boca e conto : faço 47 anos daqui a 3 dias. Gosto ainda mais
quando percebo que 47 está na trave dos 50.
Número que tem força e
fascínio.
Um tanto de estrada
percorrida, outro tanto a percorrer.
Nem tanto ao mar, nem
tanto a terra. Lugar onde euforia e serenidade comungam tão bem. Um não rouba
mais a cena do outro. Aceito e acolho. Já
sei o que procuro, e ouso dizer que o caminho me interessa bem mais do que a
chegada.
Dou-me, mas só quando
quero. E para quem quero.
Conheço coragens e
medos, sonhos e desejos, gente boa, e gente que nem gente é. O tempo já não
guarda tantos segredos. Sem a rigidez de
antes, demoro mais no gesto, na entrega, no outro... Absorvo a existência, o
amor, a graça. Livre de quaisquer cobranças.
Livre para viver
melhor.
Já não me prendo ao tecido
da lógica, não me importo se as coisas realmente fazem sentido. Respeito a autoridade
da vida, mas flerto descaradamente com ela.
E, mesmo quando
surpreendida por alguém, com um sonoro : – Senhora ? – não me incomodo.
Sou sim.
Sou, deliciosamente,
senhora de mim !
Solange Maia
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