Eu, Márcia e Simone
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Lembro da gente matando aula na Praça da Faculdade, fazendo planos para os próximos 100 anos...
Parecia ontem, mas passaram-se quase 25 anos.
Deliciosamente lá estávamos nós. As três. Cada qual com sua vida, a despeito delas terem, ou não, saído como imaginávamos. Cada qual com seu homem, cada qual com seus filhos, cada filho com um pouco de nós estampado nos traços e nos modos... mas tínhamos a mesma “meninice” nos olhos, as mesmas risadas sonoras, e a mesma sede de vida.
Continuo sendo a mais irreverente, uma contestadora mais “low profile”, confesso, mas ainda assim, de longe a mais ousada.
Quando olho prá elas vejo tudo que eu poderia ter sido, mas continuo cantando internamente uma musiquinha da época :
“A vida que me ensinaram como uma vida normal
Tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal...
Era tudo tão perfeito se tudo fosse só isso
Mas isso é menos do que tudo,
É menos do que eu preciso...”
Não adianta... tenho uma ventania na alma e uma inquietude no peito.
Mesmo assim ainda continuávamos ali, como se nada tivesse acontecido no último quarto de século.
E quando paramos de rir, mais uma vez fizemos planos para os próximos 100 anos.