quarta-feira, 28 de outubro de 2009
amor ao contrário
Nosso amor é interessante porque é revés, é avesso.
É a gente, que a gente não pode ser.
É a gente, que a gente não pode ter.
É o talvez mais sedutor.
A promessa mais vã.
Você o quis agora, com a urgência das decisões cartesianas.
O sim, ou o não.
A pele. A química. O desejo. A paixão.
Você e seus sentimentos disciplinados, suas palavras sinceras, embora nem sempre doces.
Você com seu temporal.
E sempre certa desconfiança da felicidade. Uma melancolia perene. Uma alegria sistemática.
Romântico na medida certa e tantas vezes de bons silêncios.
Eu o quero pelo caminho mais longo, o mais teimoso, o mais arriscado.
O talvez.
A alma. A geografia. O encontro. O amor.
Eu, e meus impulsos indisciplinados, minhas entrelinhas, meu mel.
Eu com meu bom tempo.
E um otimismo incansável. Um orgulho besta. Uma felicidade desencontrada.
Romântica de medidas incertas e tantas vezes de eloqüência retórica.
Nosso amor é interessante porque é assim, ao contrário.
E é a gente, que a gente tanto tenta disfarçar.
É a gente, que a gente não pode ser.
É a gente, que a gente não pode ter.
É o talvez mais sedutor.
A promessa mais vã.
Você o quis agora, com a urgência das decisões cartesianas.
O sim, ou o não.
A pele. A química. O desejo. A paixão.
Você e seus sentimentos disciplinados, suas palavras sinceras, embora nem sempre doces.
Você com seu temporal.
E sempre certa desconfiança da felicidade. Uma melancolia perene. Uma alegria sistemática.
Romântico na medida certa e tantas vezes de bons silêncios.
Eu o quero pelo caminho mais longo, o mais teimoso, o mais arriscado.
O talvez.
A alma. A geografia. O encontro. O amor.
Eu, e meus impulsos indisciplinados, minhas entrelinhas, meu mel.
Eu com meu bom tempo.
E um otimismo incansável. Um orgulho besta. Uma felicidade desencontrada.
Romântica de medidas incertas e tantas vezes de eloqüência retórica.
Nosso amor é interessante porque é assim, ao contrário.
E é a gente, que a gente tanto tenta disfarçar.
domingo, 25 de outubro de 2009
Em que planeta eu me encontro ?
Desde adolescente me desencaixo prazerosamente na vida.
Não me moldo nem aqui, nem lá.
Vivo perdendo o passo, não sou comum.
Gosto além da conta.
Silêncio, finais de tarde e amores para sempre, me comovem.
Sonho como criança, hiperdimensionadamente.
Com um mundo melhor, com cadeiras nas calçadas e com gente sendo feliz.
Preciso da verdade, independendo do quanto doa.
Olhos, só se forem sinceros.
Pés, descalços.
Abraços, fico com os que acolhem, aquecem e fazem faltar o ar.
Perco horas observando o mundo,
E coisas já não me interessam mais...
Não me moldo nem aqui, nem lá.
Vivo perdendo o passo, não sou comum.
Gosto além da conta.
Silêncio, finais de tarde e amores para sempre, me comovem.
Sonho como criança, hiperdimensionadamente.
Com um mundo melhor, com cadeiras nas calçadas e com gente sendo feliz.
Preciso da verdade, independendo do quanto doa.
Olhos, só se forem sinceros.
Pés, descalços.
Abraços, fico com os que acolhem, aquecem e fazem faltar o ar.
Perco horas observando o mundo,
E coisas já não me interessam mais...
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Ontem à tarde, por alguns instantes, na Mostra “O Pequeno Príncipe na Oca”, deitada com minha filha no asteróide B-612, achei que tinha encontrado meu planeta...
Ontem à tarde, por alguns instantes, na Mostra “O Pequeno Príncipe na Oca”, deitada com minha filha no asteróide B-612, achei que tinha encontrado meu planeta...
sábado, 24 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Vertendo no ar...
(Vertendo no ar lá de casa... foto tirada hoje - 22.10.2009)
Sempre gostei de móbiles.
Ou de quaisquer coisas que partam, decididas.
Gosto dos elementos suspensos no ar.
Do quase vôo.
Adoro suas sombras.
E suas luzes.
Me dão sempre a impressão de uma liberdade corajosa.
Lembram-me dos ventos, das danças leves, das partidas.
Uma verticalidade delicada, um quase lá, um risco assumido.
E oscilam ao vento, pendentes, como lágrimas.
Frágeis, a quem olha com descuido.
Mas daqueles fios só vejo verter ousadia.
E amor.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
O amor nos põe pertinho...
Um dia já estive do outro lado do mundo.
E de lá, pude ver uma estrela brilhando bem forte no céu.
Há 11.000 milhas tinha alguém fazendo a mesma coisa, ao mesmo tempo.
Comungando aquele céu, nos sentimos tão perto um do outro.
Tive certeza então, do que até aquele momento era só uma frase bonita :
Para o amor não existe distância.
E de lá, pude ver uma estrela brilhando bem forte no céu.
Há 11.000 milhas tinha alguém fazendo a mesma coisa, ao mesmo tempo.
Comungando aquele céu, nos sentimos tão perto um do outro.
Tive certeza então, do que até aquele momento era só uma frase bonita :
Para o amor não existe distância.
sábado, 17 de outubro de 2009
Derrete a neve que prende o seu pezinho...
Sim, a vida é bela, mas de vez em quando nos põe latejando suas dores.
Depois de algumas faltas e desenganos, corremos o risco de nos deixar congelar.
Depois de algumas faltas e desenganos, corremos o risco de nos deixar congelar.
.
Não inteiramente, é certo, mas onde doeram os amigos desleais, congela-se a possibilidade dos novos.
Se o que doeu foram sonhos desmoronados, reduzem-se as expectativas a quase nada.
Mas quando as dores vêm dos amores avessos, aí então, não dá mais para acreditar.
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Se o que doeu foram sonhos desmoronados, reduzem-se as expectativas a quase nada.
Mas quando as dores vêm dos amores avessos, aí então, não dá mais para acreditar.
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E as almas, desnutridas, já nem lamentam.
No bolso, onde havia esperança, só restaram duas pedras, um endurecimento precoce, e muitas mágoas.
Mas seguem. Donos de uma euforia quase tola. E glaciais.
Duvidando agora, de quase tudo.
No bolso, onde havia esperança, só restaram duas pedras, um endurecimento precoce, e muitas mágoas.
Mas seguem. Donos de uma euforia quase tola. E glaciais.
Duvidando agora, de quase tudo.
Por isso ontem, numa conversa com alguém muito especial, que anda um tanto descrente, não pude evitar A Formiguinha e a Neve, uma fábula da infância com uma grande lição :
- Por favor... derrete a neve que prende o seu pezinho...
Por que acho que no amor SEMPRE vale mais uma chance.
- Por favor... derrete a neve que prende o seu pezinho...
Por que acho que no amor SEMPRE vale mais uma chance.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Entre lençóis...
Naquele momento, no mar de lençóis que se fazia posto, a única coisa que queria era a promessa de que seus olhos não fossem mentiras...
Naquela cama cabíamos inteiros.
Teu corpo pousava sem urgência por respostas.
Por que ali éramos abrigo, e eu só queria levar comigo aqueles bons silêncios.
Naquela cama cabíamos inteiros.
Teu corpo pousava sem urgência por respostas.
Por que ali éramos abrigo, e eu só queria levar comigo aqueles bons silêncios.
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Nossas peles suscitavam desejo e aqueles tempos nos bastavam.
Alternávamos entre segredos e sossegos.
Beijos quentes enchiam o ar, e depois restava apenas, sempre, uma paz pungente.
Havíamos nós. Mais até do que fosse possível.
Alternávamos entre segredos e sossegos.
Beijos quentes enchiam o ar, e depois restava apenas, sempre, uma paz pungente.
Havíamos nós. Mais até do que fosse possível.
E, não...
Não ponha os pés no chão.
Assim que nossos pés tocarem o chão
nossos cérebros voltam a funcionar.
Corremos então, o risco de sermos engolidos
Corremos então, o risco de sermos engolidos
por toda a realidade nele implícita.
Não quero nossos pés no chão.
Hoje não.
Não quero nossos pés no chão.
Hoje não.
domingo, 11 de outubro de 2009
Levados pelo ar...
A boa música cria sempre uma atmosfera intimista ao seu redor.
Não que já não tivéssemos certa intimidade, afinal, ele entrara em nossas vidas e já ganhara um bocado do nosso amor e respeito.
Mas aquela noite era especial.
E, da sala ocre reluziam apenas o suporte da partitura, um homem, e seu trompete.
Silêncio e uma primeira nota no ar.
Era um som preciso e limpo. E o ar tomado por um azul mágico.
O trompete fazia parte dele, era a extensão do sopro, a continuidade perfeita de sua boca, como o delicado bico de um beija-flor.
Podíamos ser levados pelo ar...
Havia súplica e ânsia em seu olhar. Era a busca pelo momento perfeito.
Ensinou nossos ouvidos surdos um pouco mais sobre um trompete.
Aprendeu sobre o diálogo que se faz possível através da música.
E não foi preciso uma palavra sequer.
....................................................................................................
Obrigada Paulo Genz...
Sua música encheu minha casa de amor.
Vale uma visita no blog dele “Jazz Noise” !
Não que já não tivéssemos certa intimidade, afinal, ele entrara em nossas vidas e já ganhara um bocado do nosso amor e respeito.
Mas aquela noite era especial.
E, da sala ocre reluziam apenas o suporte da partitura, um homem, e seu trompete.
Silêncio e uma primeira nota no ar.
Era um som preciso e limpo. E o ar tomado por um azul mágico.
O trompete fazia parte dele, era a extensão do sopro, a continuidade perfeita de sua boca, como o delicado bico de um beija-flor.
Podíamos ser levados pelo ar...
Havia súplica e ânsia em seu olhar. Era a busca pelo momento perfeito.
Ensinou nossos ouvidos surdos um pouco mais sobre um trompete.
Aprendeu sobre o diálogo que se faz possível através da música.
E não foi preciso uma palavra sequer.
....................................................................................................
Obrigada Paulo Genz...
Sua música encheu minha casa de amor.
Vale uma visita no blog dele “Jazz Noise” !
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
A gente quer mesmo é a verdade.
Mais que um milagre o que a gente quer mesmo é a verdade.
Seja ela como for.
Mas que só venha se vier com todos os sentimentos nela implícitos.
Que traga o tremor de mãos dos amantes que se desejam, o medo de que não perpetue, a ansiedade que precede as escolhas, a coragem que garante o risco, e a doçura que nos põe tão frágeis.
Por que todos nós já estivemos diante de uma história improvável.
Por que às vezes a vida da gente parece mesmo cinema.
E, se eu pudesse escolher, queria logo um desses romances encantadores, surreais, e delicados.
Um Love Affair só para mim.
Afinal, às vezes, quando o tempo e a distância já deveriam ter consumido tudo, a gente descobre algo que ainda pulsa, e então, resolve que merece mais um café.
Mesmo que seja para daqui há um ano...
......................................................................................................Obs.1: O filme Love Affair (Segredos do Coração), de 1994, é um remake de An Affair To Remember (Tarde Demais Para Esquecer), de 1957, que já era uma refilmagem de Love Affair (Duas Vidas), de 1939.
Obs.2: Vale ouvir "Piano solo", de Ennio Morricone, música tema de Love Affair.
Seja ela como for.
Mas que só venha se vier com todos os sentimentos nela implícitos.
Que traga o tremor de mãos dos amantes que se desejam, o medo de que não perpetue, a ansiedade que precede as escolhas, a coragem que garante o risco, e a doçura que nos põe tão frágeis.
Por que todos nós já estivemos diante de uma história improvável.
Por que às vezes a vida da gente parece mesmo cinema.
E, se eu pudesse escolher, queria logo um desses romances encantadores, surreais, e delicados.
Um Love Affair só para mim.
Afinal, às vezes, quando o tempo e a distância já deveriam ter consumido tudo, a gente descobre algo que ainda pulsa, e então, resolve que merece mais um café.
Mesmo que seja para daqui há um ano...
......................................................................................................
Obs.2: Vale ouvir "Piano solo", de Ennio Morricone, música tema de Love Affair.
domingo, 4 de outubro de 2009
Desse querer...
É desse amor expandido e grandioso que falo hoje.
E dos corpos que comungam, esgotando esses amores, até a última gota.
Desse querer inteiro, que nos tira do meio de uma multidão para transformar-nos em únicos.
Do que nunca é pela metade.
Do que precisa do outro, e que é demasiadamente grande, e por isso nos põe vulneráveis.
Mas que é feito dessa vulnerabilidade boa, que de tão humana nos arrepia a pele.
E pode até durar apenas alguns instantes, mas é para sempre lembrado.
Porque amores ampliados no outro são, de alguma forma, para sempre.
E fazem a gente querer que não nos escape nada.
Por que de vez em quando a gente quer mesmo é amar de “A” a “Z”.
E dos corpos que comungam, esgotando esses amores, até a última gota.
Desse querer inteiro, que nos tira do meio de uma multidão para transformar-nos em únicos.
Do que nunca é pela metade.
Do que precisa do outro, e que é demasiadamente grande, e por isso nos põe vulneráveis.
Mas que é feito dessa vulnerabilidade boa, que de tão humana nos arrepia a pele.
E pode até durar apenas alguns instantes, mas é para sempre lembrado.
Porque amores ampliados no outro são, de alguma forma, para sempre.
E fazem a gente querer que não nos escape nada.
Por que de vez em quando a gente quer mesmo é amar de “A” a “Z”.
.
Arrepiar
Beijar
Cadência
Desejos
Euforia
Fusão
Gemido
Homem
Incendiar
Juntar
Lamber
Mulher
Nudez
Olhar
Pele
Querer
Roçar
Sugar
Tocar
Unir
Vibrar
Xodó
Zelar
Arrepiar
Beijar
Cadência
Desejos
Euforia
Fusão
Gemido
Homem
Incendiar
Juntar
Lamber
Mulher
Nudez
Olhar
Pele
Querer
Roçar
Sugar
Tocar
Unir
Vibrar
Xodó
Zelar
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Hoje tem uma ILHA aqui dentro...
Gosto de Oswaldo Montenegro desde meninota...
Logo de cara rabiscava a agenda com pedaços das suas canções.
Depois ele passou a expressar minha imensa vontade de andar na contramão e de ser diferente.
E aquele tanto de irreverência que ele trazia na voz, me fazia ter uma bandeira para carregar.
Então conheci seus Menestréis, e de tão multifacetados, cantaram e encantaram. Com luzes, fogo, música, teatro, palco, som, fumaça, corpos, sombra, flautas, e Madalena.
Se fossem nômades viajantes, numa velha carroça indo pelo mundo, e eu pudesse, na minha meninice teria partido com eles.
Daí a faculdade e as férias. E dancei Bandolins na praia. O amor, o luar e o mar. Estava lá quando ele cantou Chico Buarque. E O que será... ficou a flor da pele.
Mais tarde, ainda encontrei pessoas incríveis que também gostavam dele.
Ainda hoje, nos dias em que meu coração pede um pouco de silêncio... e quando me faltam as palavras... são dele as que traduzem o que vai dentro de mim...
"Ilha não é só um pedaço de terra cercado d'água por tudo que é lado.
Ilha é qualquer coisa que se desprendeu de qualquer continente.
Por exemplo: um garoto tímido abandonado pelos amigos no recreio, é uma ilha.
Um velho que esperou a visita dos netos no Natal e não apareceu ninguém, é uma ilha.
Até um cara assoviando leve, bem humorado, numa rua cheia de trânsito e stress, é uma ilha.
Tudo na gente que não morreu, cercado por tudo o que mataram, é uma ilha.
Até a lágrima é ilha, deslizando no oceano da cara."
Logo de cara rabiscava a agenda com pedaços das suas canções.
Depois ele passou a expressar minha imensa vontade de andar na contramão e de ser diferente.
E aquele tanto de irreverência que ele trazia na voz, me fazia ter uma bandeira para carregar.
Então conheci seus Menestréis, e de tão multifacetados, cantaram e encantaram. Com luzes, fogo, música, teatro, palco, som, fumaça, corpos, sombra, flautas, e Madalena.
Se fossem nômades viajantes, numa velha carroça indo pelo mundo, e eu pudesse, na minha meninice teria partido com eles.
Daí a faculdade e as férias. E dancei Bandolins na praia. O amor, o luar e o mar. Estava lá quando ele cantou Chico Buarque. E O que será... ficou a flor da pele.
Mais tarde, ainda encontrei pessoas incríveis que também gostavam dele.
Ainda hoje, nos dias em que meu coração pede um pouco de silêncio... e quando me faltam as palavras... são dele as que traduzem o que vai dentro de mim...
"Ilha não é só um pedaço de terra cercado d'água por tudo que é lado.
Ilha é qualquer coisa que se desprendeu de qualquer continente.
Por exemplo: um garoto tímido abandonado pelos amigos no recreio, é uma ilha.
Um velho que esperou a visita dos netos no Natal e não apareceu ninguém, é uma ilha.
Até um cara assoviando leve, bem humorado, numa rua cheia de trânsito e stress, é uma ilha.
Tudo na gente que não morreu, cercado por tudo o que mataram, é uma ilha.
Até a lágrima é ilha, deslizando no oceano da cara."
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