quinta-feira, 29 de setembro de 2011

dói sim...

Dói sim.
Afinal, equilibrava-me entre febres e frios.
Algumas coisas não podem ser mudadas. Nunca.
Dói sim. É natural.
Mas impressionava-me com a duração daquela dor.

Não eram choros sem proporção, músicas tristes e remedinhos para dormir.
Era um instante.
Desses de fechar os olhos e fazer um pequeno balanço.
Prá muita gente pode ser besteira, mas é que sou feita de alegrias.
E na dor, eu não sei...
Não sei ficar.
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terça-feira, 27 de setembro de 2011

do que não quero mais...

Não quero mais chorar.
Não quero mais sofrer pelos mesmos erros.
Quero decidir a dor que vai e a que permanece.
Quero estar só.

Quem sabe assim retomo a estrada.

Não quero mais continuar me afogando.
Não quero mais desacreditar.
Quero o novo, mesmo que seja um medo novo, ou uma preocupação nova.
Quero estar só.

Porque só assim acordo tão livre que todas as paredes ao meu redor se vão...

sábado, 17 de setembro de 2011

do que é grande, mesmo sendo pequeno...

Se a felicidade é mesmo feita de pequenos instantes, alinhavados uns aos outros, como dissemos, e se é matéria rara, então ando com sorte, porque dia desses, a despeito da cidade lotada, do trânsito, das buzinas, da fumaça, dos motoboys enlouquecidos, e do relógio, pude viver um desses instantes.

Ali, em meio ao caos da cidade grande, com tuas mãos em meu colo e Fernanda Porto cantando “Sentado a Beira do Caminho”, vivi uma dessas alegrias simples, que não precisam de rebuscamentos, declarações ou flores. Bastaram seus olhos, que alternavam entre abertos e fechados, como se assim pudessem administrar melhor o que era sonho e o que era realidade.

Porque o bem querer é bonito assim, quando não precisa de legenda, quando a gente sabe que mesmo podendo durar só aquele instante, vale. Vale pela paz do momento, e porque multiplica em mim a fé nos pequenos tesouros.

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

tua solidão...

Têm dias que acordo achando que fomos mesmo feitos um para o outro, que daríamos conta desse nosso amor, e que ainda teríamos todo o tempo do mundo para sermos felizes. Acho tudo isso, embora saiba que há esse enorme vale entre nós, que seria preciso outro tempo, outro cenário, outras condições para que tudo acontecesse.

Noutros dias acordo achando que o melhor mesmo seria te esquecer, e faço tudo para me distrair e fingir que não existes. Mesmo assim não te esqueço. Talvez porque seja impossível esquecê-lo, ou, principalmente, porque não desejas que eu o faça, assim como eu também não.

Então, enquanto não sei o que fazer, continuo a rotina dos dias.
Resta-me apenas imaginar quem anda passeando por tua solidão...

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sábado, 10 de setembro de 2011

errar também é bonito...

O pensamento em suspensão...
e eu cansada de fazer tantas perguntas e de imaginar mil possíveis respostas.
Estava tudo ali, mas eu me enganava completamente.
Não era preciso tanta explicação !

A vida lá fora flertando descaradamente comigo, e eu ocupada com tantos pensamentos.

Às vezes é preciso relaxar, diminuir o ritmo, parar de querer controlar tudo ao redor.
Deixar rolar. Descansar os sentimentos.
Errar também é bonito.

Afinal, o momento de certeza absoluta nunca chega.
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

das chaves...

Foi minha primeira noite com elas.
Tão simples, ali, dentro da bolsa. Sem um chaveiro charmoso ou qualquer outra coisa que as diferenciasse de tantas outras que já tive.
Mas eram as chaves mais importantes da minha vida. E, engraçado, já segurei chaves importantes : as do primeiro armário na escola, do primeiro carro, do primeiro apartamento próprio, do cofre...

Mas são estas as que mudam a minha vida. Para sempre.

Amanhã bem cedo vou, com elas, abrir a porta da minha nova casa. Ainda vazia, sem um móvel sequer, mas paradoxalmente a casa mais habitada que já tive. Lá vão morar minhas verdades e meus sonhos. Todos. Minha doce Bebela, e eu.
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domingo, 4 de setembro de 2011

então fomos nos despedindo...

Você entrava no quarto que já foi nosso,
e sentava na cama para me ver dormir.
Seus olhos sabiam que eu não estava lá.
Até mesmo aquele vazio era necessário.

Eu fingia dormir só para não ter que falar nada.
O que mais poderia ser dito ?
Porque naqueles instantes meus olhos não eram mais os mesmos.

Fomos solidões que nunca se viram.
E naquelas noites você já me parecia um estranho.

Torço para que seja feliz.

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