terça-feira, 25 de setembro de 2012
quando o nada é tudo...
Esse é um texto para fazer pensar quem não gosta de
definições comuns. E, em minha opinião, é uma bela forma
de ver as coisas.
Há um oleiro no Jequitinhonha que diz que seu trabalho
é cobrir o
vento... cobrir o nada.
Ele diz que uma peça de barro é isso: uma separação no vazio, e conta que todos os dias ao acordar faz um vaso diferente só para guardar dentro dele o
ar fresco da manhã.
Portanto,
e incrivelmente,
a utilidade de um vaso está em seu nada.
.
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Esse oleiro é um poeta.
ResponderExcluirBeijo
Muito interessante o texto.
ResponderExcluirAproveitando o ensejo, sugiro o documentário "só 10% é mentira" (tem no youtube) que lida justamente com a simplicidade das coisas.
Uau!
ResponderExcluirQue transcendental, incrível definição e que peça linda, adorei!
Um abraço Solange e tudo de bom sempre.
Sábio oleiro e Sábia Poetisa!
ResponderExcluirFica esse vazio a ser preenchido com amor.
bjo!
E então resta-me apenas concordar e aplaudir. Verbos esses que conjugo sempre que venho aqui.
ResponderExcluirLos vacios deben completarse mas tarde o mas temprano...aunque sea pidiendole a los Reyes Magos alguien que nunca, pero nunca nos deje solos, para asi completar esos vacios de la mejor forma: de a dos..
ResponderExcluirTus posts son un click para el alma y de noche pasean con mi destino lejos de todo lo que me hace mal...
Gracias por y para siempre !!!
lindo como sempre Sol,
ResponderExcluiro nada é tudo..
o barro é vida..
bjs.Sol
Gostei muito do blog. Parabéns!
ResponderExcluirVem conhecer o meu:
leiakarine.blogspot.com
Dos quatro elementos míticos tradicionais - a terra, a água, o fogo, o ar - se faz a matéria de Medinho-barrista, de Jequitinhonha. Tem as mãos para a transformar. Os mais belos sinais da terra, como disse o poeta. E traz dentro de si um percurso desde tempos muito antigos, de silêncios profundos.
ResponderExcluirSe para aquele poeta o sol era o mar todo da sua infância, talvez para o oleiro fosse o vento a canção toda desse tempo. Porque é de cobrir o vento que ele fala, é para esse espaço que está tapando que dirige o pensamento, a preocupação.
É do silêncio que as obras nascem, é ao silêncio que regressam. Precisamos demorar o olhar nas coisas. Até que as coisas olhem para nós no seu silêncio. Assim encontraremos a sua beleza, a sua verdade. Medinho apela e consegue - pela delicada opacidade dos seus trabalhos - que observemos a verdade da coisas simples na sua transparência. Sim. Porque embelezar o mundo como ele faz, é um método para chegar à sua verdade. Ele só aspira a mudar a forma do vazio. Como Deus fez, diz ele. Arquimedes (Medinho) é um homem sábio.