
Ele olhava pra ela
com ternura. Ela sorria com o braço estendido sobre as costas dele e deixava
escapar pelos olhos uma alegria simples, dessas de quem entende que o amor não devia
mesmo ser nada demais. Aceita e acolhe como a coisa mais natural do mundo. Não tem
medo. A mãe dela afasta o corpo só um pouco, o suficiente para poder olhar a
cena. Eles cabiam inteiros, assim entrelaçados, na vida dela. Volta o corpo
para perto dos dois. Agora eram os três numa preguiça generosa, dessas que só
acontecem nas manhãs de domingo, dessas onde cabe tanta coisa, onde há tanto a ser dito, e mesmo assim a atmosfera é tomada por um silêncio amplo e confortável que muito se parece com um abraço. E, com uma
naturalidade que é delas, iam fiando o afeto e reduzindo a fio tantos emaranhados
que para elas estavam longe de parecerem grandes. Elas gostavam do amor. E gostavam
dele. Descomplicadamente.
Ele, entre uma risada e uma história, engoliu as letras ásperas de resistência. Percebeu que já não
cabiam. Na sua boca, até mesmo aquele punhado de regras a respeito do que devia ser feito, e do que não, ficaram mudas. Tudo se dissolvendo diante da simplicidade do gesto.
Na boca dele só um sorriso de quem começava a desconfiar que o
amor era mesmo a razão para que tudo aquilo que antes disso parecia absurdo, parecesse agora
a coisa mais normal que existe.
Tudo tão simples, mas na cabeça de alguns...Ah sei lá... Desistí de entender.
ResponderExcluirQue imagen tan simple que transmite millones de sensaciones !!.
ResponderExcluirQue alegría tan grande que estés disfrutando de estas vivencias !!!. Abrazos !!!
"Há encontros na vida em que a verdade e a simplicidade são o melhor artifício do mundo."
ResponderExcluirJean de la Bruyere, escritor francês do séc. XVII.
Lições de vida em palavras doces e fotografias da alma.
Lindo!
MB