domingo, 22 de junho de 2014
a festa que ninguém foi...
Não
gosto dessas deserções, a sensação era a de estar numa festa que ninguém foi,
tudo parecendo caminhar em câmera lenta junto comigo, minha respiração
suspensa, pausada, procurando qualquer fio de lógica onde pudesse me agarrar.
A
dor, nessas horas, é visita que não se anuncia.
Eu
fui. Ele não.
Mais uma
vez lembro que sou um hibrido de força e fragilidade. Teimosa, nunca aceito
morrer.
Devia ter
percebido, o amor estava enfeitado demais.
E ainda me
confundo com essa gente que alimenta
relações desde que não afetem seu cotidiano imediato, ainda acho
que serão atravessados por uma flecha, que vão se render, morder a maçã.
A
vida não é uma resposta, eu sei, mas torço para que eu consiga entender mais
rápido quem é quem.
Cansada dessa gente cuja maior preocupação é a de assegurar
uma ideia construtiva acerca deles próprios.
Procuram companhia, mas só entregam solidão.
Para eles o amor não chega nunca.
Como aquela festa vazia em que eu fui.
Ele não.
Solange Maia
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