- Senhores passageiros queiram apertar os cintos de segurança, vamos partir em 5 minutos - disse minha prima, que estava uns três galhos acima de nós.Aquela FIGUEIRA foi nosso “avião” por muitos anos.
Era uma árvore enorme, de tronco retorcido e galhos baixos e fortes, por isso, mesmo “nas nuvens” estávamos sempre muito perto do chão.
Naquele tempo era comum brincar assim... os recursos eram naturais, televisão era um estraga-prazeres, a imaginação nosso melhor brinquedo, era o que nos conduzia por horas fio num mundo mágico onde os figos eram ao mesmo tempo nossa comida e nossa munição, os galhos eram poltronas elegantes, e a árvore nos levava aonde quiséssemos ir.
Mesmo muitos verões depois, ainda trago comigo um cheiro que mistura terra e figos... se fechar bem os olhos, ainda posso senti-lo.
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Solange, gosto muito de seu jeito de escrever, e talvez vc nem veja esse comentário, então vou postar no meu blog tb. Virei sempre visitar postagens antigas, pois sei que lindas surpresas me aguardam.
ResponderExcluirNa casa ao lado do pequeno prédio onde eu cresci tinha um pé de jamelão. Ele saía pelo lado, atravessava o telhado do quartinho dos fundos e seus galhos quase invadiam meu quarto. Eu pegava as frutinhas com a mão pela janela, e essa lembrança da minha infância é uma das que mais amo. E nunca vou esquecer o dia em que, vendida a casa, os novos proprietários resolveram cortar a "minha árvore". Eu já devia ter uns 17 anos, não pegava mais tantos jamelões assim, não ficava mais tanto tempo olhando as folhas brilhantes pertinho de mim, mas foi como se me tirassem um pedaço de alma.