Um final de tarde e uma noite inteira.
É o que precisei para decidir que, se tudo deve ter um começo, um meio e um fim, então é chegada a hora de virar a página, de encerrar um ciclo. Começo então a te querer bem menos, a te desassociar desse amor bonito, a te enxergar, agora, já mais desfocado, assim, como alguém na paisagem.
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Porque desse querer bonito, há de se rever medidas.
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É como plantar ao contrário,
e ver ir encolhendo a flor e as folhas,
até que virem broto, e nem mesmo ele deixe de se retrair e voltar à terra, virar semente, e ali ficar.
Ao bel prazer do tempo, dos revezes e do destino...
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E, se é assim que vou cuidar desse amor,
com esse “não estar” e um desdém elegante,
quem sabe agora eu não aprenda que o gostar é assim, muitas vezes começa sem querer, quase como uma metáfora...