Gosto dessa matemática.
Gosto dessa maneira de contar.
Nessas horas a gente substitui a fé no destino pela fé na probabilidade.
Fica mais bonito assim.
Já fui sim menina-caipira.
Nos idos dos anos 70 morei numa cidadezinha rural, de ruas tortas, de terra batida e casinhas de madeira com seus enormes quintais. Eu tinha pouco mais de cinco anos, e é uma das minhas lembranças mais antigas.
Lembro do piano da escola, dos enormes besouros, do poço no fundo de casa, da Igrejinha, do capeletti in brodo, do frio pungente e dos eucaliptos gigantes.
Com eles papai fazia celulose.
E eu fazia poesia.
Sem nem saber.
É que ficava flutuando o olhar sobre aquelas toras de madeira castanha por horas sem fim. Desta maneira tocava com os olhos o que para mim era a felicidade : um tanto de verde, de vento, e o perfume que dava significado ao ar.
Hoje, a despeito de ser (estar) urbana e cosmopolita, vejo eucaliptos daqui da janela de casa, de onde escrevo. E, de alguma forma, estão sempre em meus caminhos.
Cuido para que não sejam só memórias...
Ontem, quando comecei a escrever o blog, eram uma pergunta.
Hoje são só deslumbramento...
Tudo aqui é verdade. Pelo menos é a minha verdade.
É minha maneira ritmada de perceber a vida.
Quero ver “através”, quero desconstruir o óbvio,
Quero celebrar a vida.
E depois... depois quero sentir os eucaliptos.
“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.”
- A.Cícero -
E, como o “para sempre” se assusta fácil, tenho fotografado para nada perder...
Ana Paula disse...
ResponderExcluirQuerida Solange ... realmente, faz todo sentido que seja assim, e no mais, eu prefiro lutar sempre pelas minhas "misturas"... uma soma agradável de fato ...
Ótimo passar por aqui! Beijo querida!
18 de abril de 2011 16:29
brisonmattos disse...
A "Probabilidade epistemológica ou probabilidade Bayesiana", representa nossas incertezas sobre proposições quando não se tem conhecimento completo das circunstâncias causativas. Tais proposições podem ser sobre eventos passados ou futuros, mas não precisam ser.
E,
A probabilidade de um evento geralmente é representada como um número real entre 0 e 1. um evento impossível tem uma probabildade de exatamente 0, e um evento certo de acontecer tem uma probabilidade de 1, mas a recíproca não é sempre verdadeira: eventos de probabilidade 0 não são sempre impossíveis, nem os de probabilidade 1 certos.
e AINDA,
Ainda fica a questão de a quê exatamente pode ser atribuído uma probabilidade, e como os números atribuídos podem ser usados; isto é uma questão de interpretações de probabilidade.
Agora meu comentário...pela "teoria da incerteza" possivelmente ,ou você é uma sonhadora, ou vai à luta sem medo de errar.
50% certo?
18 de abril de 2011 16:45
Fran Carvalho disse...
É verdade... o que não podemos dizer é que nessa matémáatica viver é mais... sofrer é menos... ser feliz é o melhor resultado.
bjus
francarvalho13.blogspo.com
Bjokas
Fran Carvalho
18 de abril de 2011 16:52
Eva Gonçalves disse...
Também gosto dessa ideia da probabilidade matemática no nosso destino... E sempre que cá venho, saio com mais pedaçinhos... bastante maior :)beijinho
18 de abril de 2011 16:53
RICARDO disse...
Sol
A probabilidade traduz um "percentual de exatidão" , mas o destino é deliciosamente mutável, pois abre espaço para a fé e com ela a " toda a incerteza dos nossos sonhos"...
Matemáticas e estatísticas a parte eu tenho certeza que saio "daqui" sempre maior que quando entro.Probabilidade disso não acontecer:0%
Beijos( 100% sinceros)
18 de abril de 2011 19:00
(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...
Mas nao somos mesmo uma grande mistura? Beijos
18 de abril de 2011 21:02
Luana disse...
só sendo assim, desse jeito gostoso, para eu gostar de matemática.
19 de abril de 2011 01:02
Juliêta Barbosa disse...
Sol,
Às vezes, me cobram explicações a respeito do que escrevo: o que você quer dizer com esse texto? Eu respondo:
- As palavras, depois que saem de mim, não me pertencem. Cada um as interpreta como deseja, mas posso afirmar: a importância da escrita está nisso: tu escreves e eu leio. Aprendo... Porém, sentir as entrelinhas é uma questão de sensibilidade, de olhar além, de se ver no outro.
Quando os meus olhos saem do papel ou da tela e, líquidos, vão para o arrepio do corpo, eu digo que o autor conseguiu falar, também, a linguagem da emoção: àquela que ultrapassa a retórica.
É assim que me sinto em relação aos teus escritos. Obrigada!
19 de abril de 2011 08:42
Os intrigantes pensamentos da Lud disse...
Acho bonito qnd um texto nos invade de forma a somar com o autor, mesmo que este não perceba, já que seu texto toca tão no fundo da alma que é como se sempre estivesse morado lá, a fim de me tornar mais sonhadora... Belíssimo post!
Abraços!
19 de abril de 2011 10:12
Mário Lopes disse...
Não é por acaso que estas palavras nos fazem sussurrar como folhas de eucaliptos, como uma espécie de música. E não somos nós que sentimos a música: é ela que nos sente a nós, porque passamos a ser a música que ouvimos.
Assim, com as palavras delicadamente sopradas de Solange, chegamos àqueles lugares onde secretamente a ternura alisa a pedra e os onde os gestos se elevam tão alto como as aves.
Lindas a canções o que o teu coração compôe sem cessar.
Beijo terno.
19 de abril de 2011 14:27
amanda disse...
Sôô...seu blog é uma inspiração!!!
20 de abril de 2011 21:31