sexta-feira, 13 de maio de 2011

do que deixo nos lençóis...

Enquanto meus pés desenhavam círculos em suas coxas eu falava das coisas mais bonitas que sabia. Falava sobre o amor, e sobre como ele envolvia todos os sentidos a uma pitada desconhecida e bela. Falava também sobre as espirais que faria em teu corpo antes que o dia terminasse, e sobre como eu queria que aquele instante se repetisse mais uma vez, e outra, e ainda mais uma. Falei que maior que o colorido do instante era minha vontade da eternidade de você.


Falei. E na mesma hora senti a vertigem do querer.


Não soube disfarçar o quão pouco bastava para me fazer feliz.


A verdade é que tem horas que me sinto tão frágil que preciso partir.



Foi assim. Saí de cena sem nem um olhar prá trás.
Tive medo de ver meus sentimentos derramados pelos lençóis.



sou feita de sonhos interrompidos,
detalhes despercebidos,
amores mal resolvidos...


Martha Medeiros

Um comentário:

  1. olhar disse...
    e mesmo assim sou FELIZ, muito feliz!
    E sei que você também é!!!
    13 de maio de 2011 15:02

    Solange disse...
    Sol,
    suas palavras silenciam o silêncio e perfumam a mais linda rosa..
    bjs.Sol
    13 de maio de 2011 15:34

    Simone disse...
    Coisa bonita, Solange. Adoro seus escritos.
    Bjs meus e da Sofia.
    Dá beijo na Bebela pra gente?
    13 de maio de 2011 17:07

    Ana Morais disse...
    Lindo espaço, maravilhosas palavras, um encanto conhecer tudo por aqui.
    Um grande beijo, Querida.
    14 de maio de 2011 11:24

    Tere Marques disse...
    Não há o que dizer, suas palavras vão tão dentro que nos fazem sentir...
    Obrigada por partilhar.
    bjs
    14 de maio de 2011 12:18

    Manuel disse...
    Os seus escritos tem magia.
    Gosto da forma suave como nos leva embalados nestas mensagens.
    14 de maio de 2011 21:35

    ♪ Sil disse...
    Solange,
    Que saudadeeeeeeeee de passar aqui e ler coisas tão lindas, tão lindas!!!
    Tive medo de ver meus sentimentos derramados pelos lençóis.
    (Eu também)
    Um beijooooo minha querida, tão bom passar aqui!
    14 de maio de 2011 23:49

    Colecionadora de Silêncios disse...
    Olá, querida.
    Que texto lindo!
    Fazia dias que não vinha te ler e hj passei um tempão aqui, bebendo dessa fonte inesgotável de prosa-poética que há em vc.
    Adorei!
    Beijo grande! :)
    15 de maio de 2011 13:35

    Maíra K. disse...
    Talvez partir assim não seja a melhor opção.
    15 de maio de 2011 16:44

    Juliêta Barbosa disse...
    Sol,
    Esse gosto de eternidade define o tamanho e a importância do nosso amor, mas, infelizmente, vivemos uma época marcada pelo selo da efemeridade e do medo. As pessoas fogem do afeto, do carinho, do toque... Estão diante de um banquete, mas preferem passar fome. E, isso é contraditório, pois afinal de contas: estamos todos famintos!
    Lendo “para aprender a cozinhar” eu penso que não falta açúcar... Sobra medo! Medo de se comprometer, de dizer uma coisa tão simples e tão gostosa (de se ouvir) como o biscoito do Henfil: preciso de você! E, enquanto não aprendemos a verbalizar isto, vamos derramando os nossos sentimentos nos lençóis.
    Ah, Sol! Quanto de fermento ainda teremos de botar, nesse bolo, para que alguém entenda que: “de mãos dadas o mundo tem outro movimento”.
    Seus textos sempre me emocionam. E, a sua coragem de amar, apesar de, me faz lembrar Vinícius: se todos fossem no mundo iguais a você, que maravilha viver. Obrigada!
    15 de maio de 2011 19:37

    Cacá - José Cláudio disse...
    Belíssimo, Solange! Meu abraço e uma ótima semana. Paz e bem.
    16 de maio de 2011 04:16

    Ana Paula disse...
    Solange, minha querida, quando é que vai publicar um livro com esses escritos tão cheios de vida?!?
    16 de maio de 2011 08:38

    (CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...
    Lindo, lindo. Os lençois carregam saudades. Beijos
    17 de maio de 2011 10:41

    Gislaine Fernandes disse...
    Lindo...lindo...lindoo...como sempre!
    beijos
    17 de maio de 2011 20:43

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