terça-feira, 27 de dezembro de 2011

de quando o tempo merece ser parado...

Sim, já tive vontade de parar o relógio.
De perpetuar o instante. Congelar a cena.

Pararia naquela manhã de dezembro, em que, pela primeira vez, vi os olhos da minha filha. Aos 16 anos, quando dei meu primeiro beijo, no menino mais bonito do colégio. Ao descer do taxi na Champs Elysees, naquela gloriosa tarde gris. Quando, às margens do Rio Prata, num Reveillon, ouvi as palavras mais doces da minha vida. Pararia naquele engarrafamento em que ele abriu a porta do carro, aumentou o som e me tirou para dançar. Ao receber meu primeiro salário, junto a um bilhete (que guardo até hoje) escrito por meu pai. Ao sentir a pele arrepiar, quando coloquei os olhos e os pés nas águas turquesas daquele cenote em Yucatán. Pararia enquanto deslizava longas horas pelas marquises do Ibirapuera andando de patins.
E ao fazer 40 anos. Ou quando desembarquei em Minneapolis. Ao ouvir minha Avó cantar Ne Me Quitte Pas. Ao ganhar da minha mãe a roupinha que usei assim que nasci. Ou quando o Brasil foi Penta, e o Rivaldo ergueu a taça. Tantos momentos bons...

Hoje à tarde, deitada na espreguiçadeira da piscina, de olhos fechados, ouvindo a vozinha da minha filha ao fundo, e tendo minha irmã ao meu lado, parava todos os relógios do mundo.
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2 comentários:

  1. Que lindos momentos...E por vezes, como seria bom parar os relógios! Lindo 20-12! beijos,chica

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