domingo, 5 de agosto de 2012

o dia seguinte...

...
Você me telefona, diz que está nu, e me distrai de todo o resto. 
Enquanto ouço as tuas palavras tiro a roupa também... e penso em todas as coisas boas que a nudez proporciona.
O outro. É isso que a nudez oferece. Escancaradamente.
E não deve existir coisa melhor.
Escolho uma musiquinha chill out e fecho os olhos. Mordo o lábio inferior e esboço um sorriso só na curva do canto do rosto.
Tua nudez deixa a atmosfera tão flutuante que já nem sei onde você começa e onde termina essa neblina que deixa o meu olhar um tanto tonto. Abro os olhos só prá conferir, e quase posso ver a cama desfeita, numa desordem que desequilibra o único risco do sol sobre os lençóis. Ainda sinto o cheiro de fruta dos gomos da tua boca.
Posso sentir o afago do teu corpo abandonado sobre o meu...
Posso ouvir o gemido, e já nem lembro se era o meu, o teu, ou se era da música que incendiava o ar.
Pouco importa, agora o tato é pouco.
A vontade que tenho é de lamber as tuas mãos, ou qualquer outra ternura que me funda a você.
Meu coração improvisa um suspiro, e posso até fingir que não amanheço atravessada por tua ausência.
É que eu nunca sei existir no dia seguinte.
...
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12 comentários:

  1. Intenso e bem sensual...tudo que desejam dois corpos...beijos de boa semana pra ti amiga.

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  2. So, eu me li!!!
    Tenho este vídeo, esta música, hummm...
    Que sensualidade!
    Que volúpia!

    Bjoks

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  3. Nossa! Quanta sensualidade colocastes nas palavras!

    Beijos
    Adorei o post!!

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  4. Pasaron varios minutos y aún sigo en la estratósfera...Un vendaval sintetizado desde lo que es el amor antes del amor hasta lo que es el amor después del amor....
    Un festival de adrenalina, de inteligencia emocional y de fotografía que sorprende..
    Mi querida Solange lo que vos llevás dentro es un brillante, es una luz que no debés dejar escapar jamás !!!
    Te abrazo en medio del incendio....

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  5. Ninguém imaginaria que por detrás daquela voz de adolescente estaria uma mulher madura, de incandescentes olhos castanhos e boca delicadamente desenhada. Nem o seu riso ao telefone, levemente rouco, impediria que ele não se aproximasse de um tempo de pés descalços na poeira e lábios borratados de amoras silvestres, enquanto o sol de demorava nos cabelos e nos ombros de uma moça estendendo a toalha à beira-rio. Era esta voz que o punha pronto a partir para qualquer destino e o fazia esquecer do que aprendera, para voltar a dispô-lo a amar tudo de novo.
    Nu, perguntou-lhe ao telefone o que vestia por baixo da roupa. Os homens são muito previsíveis nestes primeiros passos do desejo e não há mulher que não use ou não tenha calcinhas pretas para tirar fora.
    Serviram-se das palavras até onde puderam e enquanto a música não os inebriou. Conheciam todos os rumos sobre a pele de olhos fechados, para voltarem a esquecer-se de seguida. Também sabiam que o amor é uma noite a que se chega só, como um poeta disse. No entanto, quando ele abriu os olhos e viu o único risco de sol nos lençóis da cama desequilibrado pela sua desordem, não sabia que ela tinha vislumbrado o mesmo ao mesmo tempo: ambos desejavam que a manhã não contaminasse tão cedo uma noite em que adormeceram um no outro e deixaram a persiana quase fechada.

    Suas viagens sensoriais, por dentro e por fora do corpo, o lume tranquilo possível aceso em cada concavidade do desejo, a sua escita à flor da pele, procurando captar todos os cheiros de olhos fechados, atrai-nos irresistivelmente. Belo o que escreveu.

    MC

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  6. fiufiuuuuuuuuu...espetacular!!!!!!!!!

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  7. Sol

    Poucas pessoas conseguem unir o excitante com a pureza de existir, você é uma dessas poucas e raras!

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  8. Olá...

    O que vc escreve me descreve profundamente.

    Um beijo na alma

    Flor

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  9. Sublime Sol, sublime como o esvoaçar dos lençóis.
    Bj
    Fer.

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  10. Maravilha de imagem, vídeo e principalmente o texto! Ufa, ainda bem que vou dormir agora! Beijo

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  11. E o dia seguinte, pode se tornar a semana, o mes, anos...
    Mas fica a lembrança, a saudade!

    Beijo

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