sábado, 30 de março de 2013
dos rapsodos...
Dizem que uma grande história começa sempre com um bom silêncio... e os rapsodos sabem usá-lo...
mais até do que as próprias palavras.
Eles, antes de tudo, escutam e
acolhem.
Todo rapsodo põe a mão em concha no ouvido,
assim, virada para trás, é como fazem para escutar o que a história
tem para lhes dizer.
São tecelões que conhecem o murmúrio secular,
desenrolam o novelo mágico das tradições e fiam diante dos ouvintes extasiados
suas palavras de luz. São bordadores de sentimentos que acendem
na gente caminhos sagrados.
Bordam os pontos e os nós com a linha
da imaginação, e, como nos tapetes persas, em suas histórias sempre há
um pequeno erro, um minúsculo defeito, pois a beleza do ‘contar’ se esconde
justamente nas frestas desse mundo imperfeito.
O contador é um
costureiro que tece mandalas com luzinhas de Natal. Engendra palavras tão
naturais que é como se falasse da infância da gente, mesmo que fale de tempos
remotos e desconhecidos. E, se lhe faltar verdade, pouco importa, não lhe falta
beleza. E, neste caso, a
beleza tem mais direitos do que a verdade, assim como o Ilíada é mais importante que a Guerra de Troia, e Helena é mais do que um nome, é um imortal sinônimo de beleza. São histórias que
se tornaram mais importantes do que o fato em si.
Uma boa história
é livre de margens, é feita de camadas superpostas, sucessivas... densas de
encantamento. É menos
literal, mais intuitiva. Flui, acontece. Voa por esse
universo quase onírico, levando as palavras por onde elas bem entendem...
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E elas estão espalhadas dentro de nós,através das avós e mamães que fazem pequenas historias,castelos de sonhos.
ResponderExcluirFeliz Pascoa amiga pra você e Belinha.bjo
Não sei se sou mais rapsodo - que gosta de contar - ou mais plateia - que gosta de ouvir. Mas, aqui, onde os eucaliptos catam, sou só plateia. E aplaudo. E aplaudo.
ResponderExcluirMB