quinta-feira, 21 de março de 2013
fragmento e imensidão...
Ainda custo a entender a eternidade do mar.
Não sei se é porque nele vejo o presente e o
passado comungando tão solidamente, ou se é simplesmente pela fantasia
com que o cubro.
Só sei que diante dele, que é fragmento e
imensidão, lembro-me sempre de quem sou... não do que se pode ver, mas do que é mais duradouro, muito mais honesto, do que é ancestral.
Ali, com os pés perdidos na espuma do mar,
reconheço que não existem certezas, afinal, ninguém pode ser inteiramente fragmento, nem totalmente imensidão.
Abandono-me.
E Deus se faz presente.
Na concha, no céu, naquele mar
muito antigo...
Pode ser só uma maneira de enxergar,
mas diante do mar,
vivo sempre meu milagre particular.
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O mar tem este pedir discomunal, num desejo inebriante de mar, de ser, estar, um clarão do próprio Deus em suas águas, é um frio diferente dos outros, um calor que não se conhece...o mar, este encanto, este segredo.
ResponderExcluirquando eu quero visitar DEUS , eu olho pro mar , ou para uma flor , ou para uma criança ...é minha forma de orar ...contemplar estas maravilhas e sentir minha pequenez e minha grandeza ...
ResponderExcluirassim é a vida....
ResponderExcluirlinda postagem!
sinto calma,paz e amor em suas postagens!
#adoro
saúde,paz bom finde
Ro
E é nesta imensidão do mar,
ResponderExcluire nos negros olhos teus,
que eu lembro com saudades
dos OLHOS de outro alguém!
Beijo
Subindo e descendo a praia,
ResponderExcluira memória se solta
como um naúfrago,
feita de transparências
e de sonhos de vidro.
Toca os próprios dedos dos pés
como se o passado fosse presente
ou se repetisse.
O homem não domina os elementos
e é daí que deve vir o espanto. Não
das naves que pousarão no planeta distante.
É junto do mar que a poeta
quer passar os dias que não viveu.
Nas suas ondas suaves,
há o naúfrago que bóia,
com seus longos cabelos de medusa
e seus finos dedos de coral. De países
distantes trouxe outros olhares no coração,
de cada porto donde partia. Agora sobe e desce
a praia lentamente, já não o acompanham os peixes.
É junto do mar que a memória se solta.
E como num milagre particular,
nos víssemos por dentro, limpidamente, de súbito.
Como se um raio de sol nos atravessasse
e, de seguida, nos sentíssemos apaziguados.
Como se, enfim, fôssemos um pouco mais de deus,
e ouvíssemos a voz do nosso pai.
Não é por ser imenso o mar, que o homem
se confessa. É porque o não domina e sabe
que partirá sem ele.
Mais que lindo o teu "milagre particular", Solange.