domingo, 15 de setembro de 2013

feliz de quem sabe imaginar...

Olho para a cortina nova e sua transparência.
Deitada no sofá, tão à toa que o vento desloca facilmente meus pensamentos. Eles dançam, embaralham-se, adquirem sentidos renovados, e nem vejo mais a cortina. Vejo só um véu, cobrindo sem querer cobrir.
Meus olhos atravessam o tecido fino assim como se fossem línguas que desejam não ver. E não ver, nesse instante, é a forma mais generosa de brincar de imaginar...
A tarde terminando quente e perfumada, o desejo nascido do acaso, uma disposição lânguida e preguiçosa... e meus dedos (seriam os teus ?) agora só sabem percorrer os meus caminhos, todos, demoradamente... são horas boas, de vontades amplas e generosas.

Lembro-me, então, da cortina nova e de sua transparência.
Tanta coisa depois dela.
Tanta antes.
Levanto.
Deixo um sorriso de canto de boca pendurado no ar.
Adoro essas horas ébrias em que a consciência é a ultima a chegar.

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