sábado, 16 de agosto de 2014

cereja, poeira, cadeira...

Estou no limite do inefável. Não lembro de ter perdido as palavras assim antes. É que nunca contei, mas meus textos só nascem diante de algum vazio. E, hoje não me falta nada.
Estou cheia desse amor bonito que acabamos de viver.
Ademais, minhas palavras já foram tão lidas, e já estão tão gastas...

Pra você quero dar mais do que o verbo, quero dar o que nunca dei, meus olhos cheios desse inverno, minha mansidão, o bom silêncio, e um amor que precisa de cada uma das entidades sensórias, que não dispensa nada. Quero bocas, beijos, mãos. 
Quero a alma, e o mergulho que vem depois. Quero a pele, a fenda, o gozo.

Estou no limite do inefável, amor, mas pela primeira vez o silêncio que se seguiu não foi um vazio.
A despedida não foi um fim.
Amanhã já sei : ainda te quero.

Solange Maia 

6 comentários:

  1. "... o silêncio que se seguiu não foi vazio..."

    Como disse uma vez um belo poeta: "As vezes o silêncio tapa os buracos e amor prossegue intacto."

    bju gde querida

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  2. Sol,

    o teu silêncio também é poesia, é abraço, é cura.

    Que fase bonita essa sua, de estar em paz. Plenamente em paz. Me contagiou aqui...

    Obrigado!

    [...] Eu vim
    Vim parar na beira do cais
    Onde a estrada chegou ao fim
    Onde o fim da tarde é lilás
    Onde o mar arrebenta em mim
    O lamento de tantos "ais"

    A paz invadiu o meu coração
    De repente, me encheu de paz..."

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  3. Quien sea esa persona debe sentirse pleno que alguien como Vos le de de presente esas palabras. Es increible tu capacidad de transmitir sentimientos y convertirlos en esos dolores cristalinos que atraviesan cualquier hombre. Parabens !!. Enrique Philéas.

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  4. É bom quando as palavras brotam não do vazio, do deserto, mas da paisagem bonita, do oásis, palavras do paraíso são sempre as melhores.

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