08/12/2015
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Maria da rua...
Segurava
nas dele com firmeza, criando um elo, um vínculo, sem qualquer hesitação.
E
permanecia nele até que o tempo sumisse.
A dor
não. A dor, ela sabia, ainda estava lá.
O lugar era pequeno, muito pequeno, no rodapé sálvia, alfazema, alecrim e manjericão. Folhas quentes
perfumando o ambiente.
Eram para proteção.
Algumas
velas, ventania só lá fora.
Ali dentro
tudo era densidade e calor.
Maria
ecumênica, que veste branco e tem sempre os pés descalços. Maria
generosa, que faz canjica e que abre as portas de sua casa.
Maria
que é mãe, que é abrigo, que é densa.
Maria
que é doce, que é abraço e que é coragem.
Maria
das dores e das solidões.
Maria
da rua.
Maria
que eu nunca vi, mas sei que é boa.
Maria de fé, do cais e do caos.
Quietude. Até que, de repente, um arfar rompe o silêncio seguido por um choro doído.
Era Maria,
ampla, levando embora aquela dor.
Era sempre
assim. E dava sempre certo.
Ela fazia alguma coisa com as
mãos.
Ave, Maria. Salve tua graça.
E rogai
por nós.
Solange Maia
08/12/2015
08/12/2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário