quarta-feira, 23 de setembro de 2009
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Já fui sim menina-caipira.
Nos idos dos anos 70 morei numa cidadezinha rural, de ruas tortas, de terra batida e casinhas de madeira com seus enormes quintais. Eu tinha pouco mais de cinco anos, e é uma das minhas lembranças mais antigas.
Lembro do piano da escola, dos enormes besouros, do poço no fundo de casa, da Igrejinha, do capeletti in brodo, do frio pungente e dos eucaliptos gigantes.
Com eles papai fazia celulose.
E eu fazia poesia.
Sem nem saber.
É que ficava flutuando o olhar sobre aquelas toras de madeira castanha por horas sem fim. Desta maneira tocava com os olhos o que para mim era a felicidade : um tanto de verde, de vento, e o perfume que dava significado ao ar.
Hoje, a despeito de ser (estar) urbana e cosmopolita, vejo eucaliptos daqui da janela de casa, de onde escrevo. E, de alguma forma, estão sempre em meus caminhos.
Cuido para que não sejam só memórias...
Ontem, quando comecei a escrever o blog, eram uma pergunta.
Hoje são só deslumbramento...
Tudo aqui é verdade. Pelo menos é a minha verdade.
É minha maneira ritmada de perceber a vida.
Quero ver “através”, quero desconstruir o óbvio,
Quero celebrar a vida.
E depois... depois quero sentir os eucaliptos.
“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.”
- A.Cícero -
E, como o “para sempre” se assusta fácil, tenho fotografado para nada perder...
Quantas vezes vaguei como pirilampo,como bêbado sem rumo.Como vagalume oscilante.Ainda vagueio, mas fiz da insônia minha melhor amiga.Extraí dela muitas poesias. O amor? Sei lá,de mim nunca saiu. Que pena que a cidade dorme e não pode ver que eu tenho muito a oferecer.
ResponderExcluirTalvez fujamos sem saber que, no silêncio há sons e na solidão, companheiros que nos farão ouvir e sentir a presença de algo que é mais sagrado para nós.
ResponderExcluirGosto quando percebo a grandeza das coisas em frases tão simples.
beijos, querida.
Mas acaba sendo assim mesmo, nós escolhemos e no fim não queremos o resultado das nossas ações...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Solange.
Um abraço.
Algumas vezes me pego pensando o porque dessa necessidade urgente de estar sempre em volta de gente? Já cheguei à algumas conclusões!!!
ResponderExcluirPrimavera com infinitas fragrâncias para todos!!
Hod.
Disse pouco, mas disse tudo que eu sinto longe de casa.
ResponderExcluirEu gosto de me sentir sozinha em casa. Isso me faz refletir sobre a minha vida.
ResponderExcluirBeijos
Bela definição!
ResponderExcluirBeijos
Medo de estar consigo mesmo...triste isso!
ResponderExcluirÈ tão rica a solidão!
beijo pra vc
Tudo de-mentirinha, né? Porque vá para onde se for, nela se está/estará...
ResponderExcluirAs pessoas assustam-se quando estão na sua própria companhia. Tem uma música do Los Hermanos que diz "os dias que eu me vejo só,
ResponderExcluirsão dias que eu me encontro mais". Eu concordo plenamente.
beijos
Oi Solange, linda reflexão!! Pergunto: no deserto da solidão, somos oásis quando temos nossa própria companhia?! Abraços
ResponderExcluirComo se o deserto
ResponderExcluirnão as habitasse por dentro...
Eu prefiro minha casa
ResponderExcluirMas não a solidão
Sou um ser "barulhante"
Gosto de tuas Reflexões, sempre me fazem pensar.
Beijos do meu Horizonte!
[aqui frio,vento de inverno, pode?!?]
Oi, Solange
ResponderExcluirTem pessoas que não sabem ser boa companhia nem pra si próprio.
Ficar sozinho, faz falta!
As vezes, no deserto da nossa solidão encontramos muitas surpresas umas boas, outras ruins...talvez encarar isso, assuste!!!
Tomar ciência das coisas, compromete!!!
Lindo post, faz pensar!
Que a luz da primavera nos faça sempre companhia...
Bjs
Também vejo um deserto nessa multidão que anda de um lado para outro, meio sem rumo, pensando nos próprios problemas.
ResponderExcluirUm abraço.
em certos momentos... o deserto da solidão nos faz ouvir a voz interior...
ResponderExcluirnem sempre o que nos diz é bom.
Esse deserto por vezes grita tanto que incomoda não é Sol? As vezes sinto falta do silêncio das companhias...
ResponderExcluirBeijos na alma
Layla Barlavento
http://culpadowalter.blogspot.com
Depende do momento também.
ResponderExcluirÀs vezes o vento da noite nem sempre é o melhor companheiro.
Um beijo, Solange!!
Talvez seja a sensação que temos de que respirar ao lado de alguém alivie nossas almas ...
ResponderExcluirEu suspiro... e ainda me afogo...
Oh vida...
A solidão é o pior de todos os sentimentos, estejamos em casa ou na rua, quando´ela vem, é F... Bjus.
ResponderExcluirhttp://contesta-acao.blogspot.com
Às vezes temos de nos decantar na nossa própria solidão, para que o depósito morto que fará sempre parte de nós regresse ao fundo e deixe de turvar as águas da nossa alma, só porque alguém em quem acreditámos mexeu connosco e nos perturbou. Como um vinho do porto especial que com o tempo clareará ficando rubi e libertará todos os aromas que se encontravam escondidos e guardados para quem sabe, assim como o fruto amadurecido que pacientemente espera para ser colhido por quem o merece, assim a Solange voltará, como todos nós, a querer ir com as aves e arder nas manhãs em que o sol se demora nos olhos e na boca de quem ama. Assim será, e todos nós sabemos disso.
ResponderExcluirBeijo na alma e no coração.
... e todas as solidões se juntam porque o pior de tudo é a sensação de serem únicas.
ResponderExcluirPois ao contrário, eu adoro minha solidão, existe uma diferença entre estar só e sentir-se solitária. Minha solidão é rica de nuances que só eu consigo pintar. Lindo verso Solange, conciso, poético, reflexivo e apaixonante !!! Beijos.
ResponderExcluirtão pequeno e tão lindo *-* adorei.
ResponderExcluirblog perfeito.
um beijo
Estar na rua de noite é uma das coisas mais prazerosas que existe, ainda mais aqui em São Paulo, e melhor ainda se for com boa companhia, seja um amigo ou vários ou uma companhia feminina.
ResponderExcluirBeijos
solidão às vezes inevitavelmente...
ResponderExcluirsolitude sempre, tentando ser minha melhor amiga!
abraços!!!
A solidão é uma incognita ... podemos estar em meio a uma multidão, mas continuamos nos sentindo sós ...
ResponderExcluirBjus
Já viu aquele filme Encontros e Desencontros da Silvia Coppola? Fala disso, mto bom.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuerem deambular pela meio da multidão
ResponderExcluircom medo do deserto da solidão.
Ainda que em vão.
Desejo-te um feliz fim-de-semana Solange,
CR/de
Realmente a solidão dói demais! saudades.
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