domingo, 5 de junho de 2011

do posível espelho...

França. Paris.
Sentada de costas para o Sena, bem à minha frente, no outro lado da rua, uma casa. E uma placa :
"Il y a toujours quelque chose d'absent qui me tourmente"
Sim, pensei... existe sempre alguma coisa ausente que nos atormenta...

Era a casa de Camille Claudel, a escultora que assim escreveu, numa carta para seu amante Rodin, em 1886. Dizem que daquela casa Camille saiu direto para um asilo de loucos, onde permaneceu por 30 anos, até sua morte.
Perdida de amor...
Perdida numa busca angustiante, com seus olhos grandes, onde se lia uma dor secreta.
Camille que excluída, se excluiu.

E que escreveu depois :
“Parece que saio à noite pela janela de minha torre , suspensa numa sombrinha vermelha com a qual ponho fogo na floresta !”

Fada ou bruxa ?
Só Camille.
Uma mulher carregando uma fantasia amorosa que lhe causou grandes devastações, uma mulher que mesmo encolhida em seu pequeno canto, ainda era demais... era demais...


Mas era só Camille.
Ela, e o possível espelho de todos nós.

Um comentário:

  1. Camile foi genial e por isto mesmo inquieta, insatisfeita e incomprendida. Estava fora de seu tempo. Isabelle Adjani como ninguém soube incorporar essa personagem apaixonante.

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