Mas sou uma mentira.
E ninguém nunca notou.
Só os teus olhos.
Flutuo, levito, levanto... quero ser só menina.
Seguro tuas mãos em meu colo, num gesto simples, mas tão inteiro...
É... eu dilato em você.
Só eu.
É... fomos ficando tão iguais.
Já fui sim menina-caipira.
Nos idos dos anos 70 morei numa cidadezinha rural, de ruas tortas, de terra batida e casinhas de madeira com seus enormes quintais. Eu tinha pouco mais de cinco anos, e é uma das minhas lembranças mais antigas.
Lembro do piano da escola, dos enormes besouros, do poço no fundo de casa, da Igrejinha, do capeletti in brodo, do frio pungente e dos eucaliptos gigantes.
Com eles papai fazia celulose.
E eu fazia poesia.
Sem nem saber.
É que ficava flutuando o olhar sobre aquelas toras de madeira castanha por horas sem fim. Desta maneira tocava com os olhos o que para mim era a felicidade : um tanto de verde, de vento, e o perfume que dava significado ao ar.
Hoje, a despeito de ser (estar) urbana e cosmopolita, vejo eucaliptos daqui da janela de casa, de onde escrevo. E, de alguma forma, estão sempre em meus caminhos.
Cuido para que não sejam só memórias...
Ontem, quando comecei a escrever o blog, eram uma pergunta.
Hoje são só deslumbramento...
Tudo aqui é verdade. Pelo menos é a minha verdade.
É minha maneira ritmada de perceber a vida.
Quero ver “através”, quero desconstruir o óbvio,
Quero celebrar a vida.
E depois... depois quero sentir os eucaliptos.
“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.”
- A.Cícero -
E, como o “para sempre” se assusta fácil, tenho fotografado para nada perder...
Andava com tanta saudade do eucalíptos na janela e de vc SOl, bjs e muita sudade de sua amiga que nunca esquece.Como vai su princesa? Alice cada dia mais fofa e meu amor maior venha ver as novidades, bjssssssssssssssss
ResponderExcluirTão bom ter você de volta...
ResponderExcluircom seus textos q nos tocam a alma,e fazem cóssegas em nossos coraçãoes...
Estarei sempre por aqui, tomando meu chá e lendo você.
Bjnhs,
...você acaba sendo minha oportunidade de repensar a vida...
ResponderExcluire tantas vezes troquei-me por contos de fadas..
e agora preciso de alguém pra me tirar da poesia..
bjs.Sol
Adoro te ler.Sempre legal!beijso,chica
ResponderExcluirLindo!! Sempre bom cá voltar! Beijo
ResponderExcluirOs olhos de quem nos amam nos veem como ser amado. Qual será a verdade? Talvez sejas o que dilata na pupila amada, talvez sejas o que pensas que és.
ResponderExcluirMas o importante mesmo é continuar a ser...
E amar, e em troca receber tanto amor.
Milhoes de beijos
OLÁ SOLANGE,
ResponderExcluiraqui estou eu respirando este inconfundível ar do seu blog, com um inigualável aroma de eucalipto.
E antes que pense , que o virtual não tem odor, recorro ao mais carioca dos cronistas e teatrólogo, Nelson Rodrigu8es quando dizia:
"Se a realidade, não concorda com os meus fatos, então que se dane a realidade".
Solange, ninguém fala das coisas do amor transpirando mais feromônios que a mulher.
Em geral os homens tem ainda um certo pudor em desnudar seus mais íntimos sentimenos afetivos, pois afinal, até pouco tempo atrás, isto conflitava com a figura do macho dominante, espada e predador.
Mas as mulheres - e entre elas você é uma luminosa e explícita referência - lidam com esse sentimento como se flutuassem em um céu azul de brigadeiro ou estivessem tecendo com a sensibilidade, aptidão e competência das rendeiras de bilro.
Seus corpos ficam aquecidos por estas subjetividades, não conseguem controlar uma levíssima arritmia cardiaca e deixam-se embalar por sublimes fantasias, sonhos e desejos.
E neste grande espetáculo de luzes, cor e suave som de uma delicada valsa de Johann Strauss, você Solange, vai contemplando o seu respeitável público, como se do picadeiro do elegante Cirque Soleil distibuisse acenos para os entusiásticos aplausos daqueles que acreditam, como você que só o amor constrói para a eternidade!
Um abração carioca.
Eu amei isso aqui mais que amor!beijos linda noite
ResponderExcluirSolange. Duas pessoas se olhando, ali frente a frente ,acaba uma entrando dentro da outra mesmo, é como se cada um não pertencesse mais a si mesmo, mas ao outro. Beijos e parabéns.
ResponderExcluirQue saudade eu estava daqui! Vc tem uma sensibilidade incrível e te ler me deixa leve!
ResponderExcluirO que eu desejo ao ler este seu texto é que todo o mundo possa ter um amor que os desvende com os olhos.
Um beijo e grande abraço!
O inteiro nessas horas se faz completo, infinitos!
ResponderExcluirUm beijo,
Fé Fraga.