Afundado entre as almofadas da sala vejo
teus olhos fechando devagar ao mesmo tempo em que inspira mais ar do que
precisa... desliza a mão pelo peito demorando na curva da nuca como se não
percebesse que é assim que me despeço da menina tímida que mora em mim.
Sopra o ar, com o desejo atrelado à sua boca
em “ó”, expira lânguida e lentamente, e assim acelera-me o pulso. Sinto a ventania
que vem de dentro de você num espasmo orgânico e visceral.
Não tiro o olhar de ti enquanto afasto a tua roupa e passeio devagar por tua pele.
Arqueia o corpo e me encaixo no seu
côncavo.
Abro mão de sussurros para que as
palavras cheguem sonoras e quentes ao teu ouvido.
Quero que escute que te desejo.
Escorrego no teu peito até cair de joelhos.
Quero que saiba que te
desejo.
Meu cabelo faz sombra onde somos só um. Afasto para que me enxergue.
Quero que veja que te desejo.
E a esta altura somos só sentidos. Tudo exposto, e tudo dito.
Afundado entre as almofadas da sala você devia saber, mas acho que não sabe. É que se chegar mais perto, corre o risco de eu nunca mais te deixar partir.
Solange Maia
Puxa.....
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