quinta-feira, 18 de setembro de 2014

para v.o.c.ê, meu 'alvo' muito específico.

Já perdi a noção do tempo. Só o que sei é que estamos aqui, nos beijando há horas, em pé no meio da sala, como se fossemos adolescentes.
Há um desenho de água na mesa, onde estavam nossos copos. Sua camisa jogada na cadeira ao lado. A carteira num canto. A torneira que ainda pinga. O ar tem o nosso cheiro. E, por mais que seja muito cedo, já sinto o corpo entorpecido por uma saudade bonita.
Meu cabelo despenteado no rosto. Uma janela acesa e alguém que espia. Teus olhos que fecham enquanto me sente percorrer cada canto do teu corpo. Chamadas perdidas em nossos celulares. O ar denso e absolutamente palpável. Toques leves que fazem o corpo inteiro arrepiar. A mão estendida que apaga a luz. A música que nem lembramos porque ficamos cantando outra canção. Todos os sentidos hiperdimensionados. Tudo a flor da pele. Não tem mundo lá fora.

Voltar pra casa agora ficou chato.
Mas vamos embora com a boca cheia de beijos.
Lá fora as pessoas não sabem, mas aqui dentro tudo foi ventania.
É.
E quero que saiba que gosto de você.
Gosto porque os dias passam e você não desiste de me descobrir.

Solange Maia

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