São gastos demais, bumbuns demais, bebida demais, todo ano sempre a mesma coisa.
Mas li uma vez que a beleza está nos olhos de quem vê.

E, olhando bem, o Carnaval é muito mais do que os 80 minutos na Avenida.
O Carnaval é cada lantejoula colada, cada pluma encaixada, cada passo, nota e “paradinha” da bateria.
Carnaval é o homem suado, invisível debaixo de um carro alegórico, empurrando-o orgulhoso, fazendo-se rei.
Carnaval é o cansaço posto de lado por cada um que após longa jornada de trabalho, enfrentou fila o ano inteiro, pegou ônibus, mas esteve lá, trabalhando no barracão, promovendo entre outras coisas saraus, aulas de teatro, dança, oficinas de marcenaria, de estética... fazendo ebulir novos talentos.
Carnaval é o da Avenida, dos Blocos e dos becos.
É para quem quiser, é disponível, perene, um estado de graça que pode durar o ano inteiro.
Há quem não goste do Carnaval.
Mas eu, eu enxergo-o com os olhos da menina do morro, que naquele instante mágico, converte sua cruz em estandarte.
Carnaval é a glória, a superação.