sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

quando as relações querem perder a graça...

Ou a mulher é fria, ou morde.

Sem dentada não há amor possível.


Nelson Rodrigues



De repente nunca mais flores. Nem bilhetes, palavras doces ou olhares. Só a rotina.


É que ouvir “A história de Lily Braun”, na primorosa voz de Maria Gadú, me fez tentar entender o que faz as relações irem perdendo a graça.


Porque para durar talvez seja preciso ser alquimista da alma.


Há que se misturar incandescências à ternuras. É preciso saber prender, mas também soltar. Não deixar que o tempo, o cotidiano, e os dissabores, enfraqueçam o amor, diminuam o outro.


Há que se passear pelos lábios, mas imprescindível é conhecer o céu da boca amada.


Porque no amor vale tanto o corpo pesando no outro, como a suavidade do roçar das pernas.


O importante é sustentar o olhar, e desfocar tudo ao redor...


Porque o amor é feito de um blues, uma boa mordida


e um vinho barato !


O resto ?


Ah, o resto é só cenário.



3 comentários:

  1. Luana disse...
    quem que ter aquela renovação diária, já que, não é nada facil manter um relacionamento sem que cai na rotina.
    25 de fevereiro de 2011 15:19

    Luanda Melo dos Santos disse...
    Ah, o resto é só cenário!!!!
    Topíssimo!!!!
    25 de fevereiro de 2011 16:08

    Tatiana Kielberman disse...
    Fantástico!!
    Uma das melhores coisas que li essa semana!
    Beijos, querida!
    25 de fevereiro de 2011 16:35

    Cacá - José Cláudio disse...
    A gente tende sempre a optar pelo mais fácil (pelo menos em tese). Se um emprego é uma rotina estafante, não o deixamos por precisarmos dele. Se a casa em que moramos enjoou, não mudamos, por acomodação ou falta de verba para comprar outra. Se o carro cansou, a gente troca com mais facilidade. Se o relacionamento caiu na rotina costuma ser o primeiro a ser dispensado. rsrs. Acho que isso é uma caracterísca de muitos (não é uma regra mas uma tendência). Isso é somente uma opinião pessoal, nenhuma crítica . Mesmo porque o texto está belíssimo. Meu abraço, Solange. Paz e bem.
    25 de fevereiro de 2011 17:04

    Daniel Savio disse...
    Não dá para deixar o amor cair na mesmice, ele não sobrevive...
    Fique com Deus, menina Solange Maia.
    Um abraço.
    25 de fevereiro de 2011 18:18

    Solange disse...
    Sol,
    eu sustento meu olhar nas tuas palavras hj..
    tomei um gole do teu vinho, ouvindo Maria Gadu.
    bjs.Sô
    25 de fevereiro de 2011 18:57

    Suzana Martins disse...
    "Porque o amor é feito de um blues, uma boa mordida e um vinho barato !"
    Você é perfeita, querida!!!
    Beijos...
    E nessa sexta-feira tenho um vinho barato, uma deliciosa companhia e um blues....
    25 de fevereiro de 2011 20:23

    Ulinha disse...
    É preciso saber prender, mas também soltar...
    Perfeito!
    Temos que aprender equilibrar os nossos relacionamentos.
    25 de fevereiro de 2011 21:50

    Poeta69 disse...
    Paciência e persistência, não conheço outra receita...
    Beijo
    25 de fevereiro de 2011 23:05

    Blue disse...
    Vinho barato dá dor de cabeça!
    Mas é por aí mesmo, o cenário é um complemento.
    Beijo
    26 de fevereiro de 2011 11:27

    Jân Bispo disse...
    Brilhante, o resto é só cenário...
    é por ai mesmo, mas algus tendem a dar mais atenção ao cenário, e não ele quem tira o relacionamento da rotina, parabéns pelo blog, sua escita é encantadora; sucesso!
    26 de fevereiro de 2011 13:52

    A.S. disse...
    "Porque o amor é feito de um blues, uma boa mordida e um vinho barato !"
    O resto, depende da imaginação e do improviso!...
    Beijos, querida...
    AL
    26 de fevereiro de 2011 14:00

    nay.s2 disse...
    É impressionante como esse espaço me faz bem!
    Sinto falta das postagens antigas.
    Obrigada por existir, viu? rs
    Tô sempre aki...
    Beijos
    26 de fevereiro de 2011 15:12

    Layla Barlavento disse...
    Não foi vinho amiga... Foi uma Devassa bem gelada porque meu Recife é quente pra dedéu e vinho só quando o céu nos permite. Me senti a própria Lili Braun.
    Beijos na alma!
    Layla Barlavento
    culpadowalter.blogspot.com
    26 de fevereiro de 2011 15:26

    zuleid disse...
    Querida Solange:
    Só mesmo Danilo prá fazer dupla com suas letras hoje...
    http://desdequeosambaesamba.blogspot.com/2011/02/pele.html#comments
    "O calor do corpo: ali, entre os lençóis, no janeiro, ela não queria mais calor que o dela. No sono, o soco denso era calor ainda, incomodava mais que o cheiro, mais que o sensível tato. O corpo que tinha mãos demais, pêlos demais, poros demais. Se pudesse, dava ao corpo um único poro, grande, como a imensa boca que aberta na noite engole a lua."
    Danilo Barcelos.
    Beijos
    26 de fevereiro de 2011 16:54

    Colecionadora de Silêncios disse...
    É, minha querida, o resto é paisagem... rs
    Amei seu texto! E é bem isso mesmo! Amor tem esses contrastes de claro-escuro, de doce-ácido, de força-ternura.
    Gostei muito desse trecho do seu texto: "Porque para durar talvez seja preciso ser alquimista da alma."
    Parabéns! Belíssima postagem!
    Beijos e ótimo fim de semana pra vc! :)
    26 de fevereiro de 2011 18:23

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  2. Caminhos do Turismo pelo Turismólogo disse...
    Adore essa definição de viagem por Solange Maia: http://caminhosdoturismopeloturismologo.blogspot.com/2011/02/para-viajar.html
    27 de fevereiro de 2011 10:43

    Joicynha disse...
    gente tbm amei a música! galera se liga no blog dessa garota ela é perfeita ,segue de volta e suuper entende nosso mundo!
    http://joicy-santos.blogspot.com/
    27 de fevereiro de 2011 11:09

    Erica Ferro disse...
    E o cenário é irrelevante quando temos o amor ao nosso lado, certo?
    Lindo texto, como sempre.
    =**
    27 de fevereiro de 2011 16:36

    Priscila Rôde disse...
    Alguém disse lá em cima: "Você é pefeita!"
    E eu não consigo discordar...
    "Porque no amor vale tanto o corpo pesando no outro, como a suavidade do roçar das pernas.
    O importante é sustentar o olhar, e desfocar tudo ao redor..."
    Sábia!
    27 de fevereiro de 2011 17:38

    Parapeito disse...
    ;))...gostei do que li..mas dispenso o vinho, barato ou caro...faz me dormir :))
    Gostei mto da musica..
    brisas mornas para si*
    27 de fevereiro de 2011 18:48

    Manuel disse...
    Do melhor que li neste espaço e tenho lido muitas coisas boas.
    Magnifico!
    Que nos possa continuar a brindar com pérolas como esta.
    27 de fevereiro de 2011 19:23

    Gabriela Castro disse...
    Solange, confesso que me assustei quando entrei no seu perfil e não vi o "Eucaliptos na Janela", mas já está tudo muito bem explicadinho ali em cima. Que fantástico um livro seu!!! COisa boa demais!! Que bom que continua dividindo outras histórias com a gente. Postagem linda, Maria Gadú é massa!
    beijos
    28 de fevereiro de 2011 00:07

    Joakim Antonio disse...
    Somos todos atores de uma peça chamada amor.
    Perfeito seu texto!
    Uma ótima semana!
    28 de fevereiro de 2011 01:55

    drica montenegro disse...
    que lindo, sol!
    é verdade, são as pequenas coisas que sustentam o amor. "o amor vive de amáveis pequenezas", alguém disse uma vez, e não lembro quem.
    brilhante!
    beijos, flor.
    28 de fevereiro de 2011 13:43

    Paulo Tamburro disse...
    OLÁ SOLANGE,
    sempre que as mulheres falam de amor , tenho a fugidia impressão de ter ouvido sobre o tema na mesa de um bar, ou em um surrado colchão de motel e também ,nestas casas de famílias onde o sexo e feito de madrugada, sem barulho, odor, nem muitas vozes admitidos somente poucos e
    recatados sussuros, para não acordar as quatro crianças, os tres gatos e os dois cachorros, além daquela arataca que dorme perto da janela do quarto.
    Poderia ser eucalipto, facilitaria mais as coisas, porém é uma arataca,é uma ave que grita feito o diabo.
    O que fazer?
    Quer que eu minta?
    E quando a mulher que fala de amor é você, mestre na arte de transitar nestas emoções por ritimos tão difirentes, como um samba-canção, bolero com paradinha, tango com passes de efeitos,enfim...
    Mas,quando rompe o entusiasmo das endorfinas cerebrais e implodem as últimas reservas de resistência,até um Rebolation , serve de sonoplastia deste amor, Solange que,só você sabe descrever e alinhavar todas as regras deste difícil manual das coisas da libido.
    Como perdi o meu manual há muito tempo, estou certo de que não posso deixar mais de passar por aqui, pois afinal,eu que pensei que o amor continuava a cobrar caro para se estabelecer, vejo agora que,este tal do amor, já se contenta
    até com um vinho de terceira.
    É o novo amor ao vinagrete!
    Se é assim, eu vou vou morrer disso!
    Um abração carioca.
    28 de fevereiro de 2011 14:23

    Mari Amorim disse...
    Excelente semana,boas energias,paz,saúde e luz!
    bjs,
    Mari
    28 de fevereiro de 2011 15:19

    Sonhadora disse...
    Minha querida
    Um texto muito verdadeiro que explica bem como devem ser as relações, entre duas pessoas, mas por vezes apenas um acende a chama.
    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora
    28 de fevereiro de 2011 18:28

    Juliêta Barbosa disse...
    Sol,
    Hoje, eu silencio. Apenas sinto! Obrigada!
    1 de março de 2011 16:33

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  3. Menina no Sotão disse...
    Preciso dizer que hoje estou navegando em saudades, de mim, do outro e ao ler suas palavras foi como desnudar a derme ainda coberta por resquícios de dias inteiros, horas inteiras. As vezes é bom ficar longe para saber o quanto é bom estar perto e o amor é isso, como vc bem disse: um blues... rs
    Adorei seu texto
    bacio
    1 de março de 2011 17:55

    *ju galhardo * disse...
    Sonhar é preciso, sem sonhos tudo fica simples, vira rotina, depende de nós, não deixar o amor acabar, inovar sempre, buscar juntos um novo sonhar. bjuss!
    2 de março de 2011 23:22

    Sonia Pallone disse...
    Depois de te ler, fiquei assim, com 'cara de paisagem', coração sem cenário, solto no peito...
    3 de março de 2011 01:36

    Nadia Lis disse...
    Lindo! A gente lê e analisa.... repensa....é uma grande verdade,
    "Há que se passear pelos lábios, mas imprescindível é conhecer o céu da boca amada" poesia pura! mas verdade absoluta, pq pra notar as estrêlas primeiro temos que apreciar o céu... Adoro estar por aqui! Dia perfeito pra ti amiga!
    3 de março de 2011 13:26

    Keli Wolinger disse...
    "Porque o amor é feito de um blues, uma boa mordida e um vinho barato !"....
    Dispensa pormenores e enobrece o coração.
    Sem definições Solange você resumiu tudo.
    Abraços
    4 de março de 2011 16:34

    RICARDO disse...
    "Porque o amor é feito de um blues, uma boa mordida e um vinho barato !"
    Sol
    Simples assim... as vezes tão simples que passa imperceptível aos olhos de insensíveis "relacionamentos mortais". O blues já está rolando, o vinho esperando para ser aberto, mas ainda aguardo "aquela" mordida!!!!(rs)
    Beijo carinhoso!
    5 de março de 2011 12:46

    Denise do Egito disse...
    Solange,
    Tudo novo por aqui! Boa sorte com seu livro. Algumas pessoas me sugerem fazer o mesmo. Quem sabe?
    Eu não acredito em amor eterno nem em fidelidade. Sou adepta do "infinito enquanto dure"... rsrs
    Um beijo pra você
    5 de março de 2011 16:29

    (Guerreira que luta com energia). disse...
    Solange:
    Tens alma de poeta
    Sabedoria de poeta,
    Sensibilidade de poeta...
    És poeta com certeza!!!
    Parabéns! Desde já sou sua seguidora!
    O prazer é todo meu!!!
    Também tenho um blogue relacionado a minha batalha pessoal contra o cancer à 10 anos. Ficarei honrada com a sua visita.
    http://vencendocancer.com
    um beijo carinhoso,
    Matilde (Tuca)
    6 de março de 2011 17:30

    Velejando em Alto Estilo disse...
    Verdade..., ainda me lembro dos "Eucaliptos na Janela", mas assim como você, também fiz de minha memória um espaço para armazenar o meu antigo blog, no qual cheguei a brincar de poetisa, na tentativa de aliviar o meu coração. Ele e os meus amigos (você era um deles, por sinal) foram deletados aqui, na blogosfera, mas perpetuados em minha memória e coração.
    Estou retornando hoje, com um novo blog e você foi a primeira pessoa que busquei. Como sempre, impossível não ler os seus textos poéticos, sem deixar de concordar com cada linha escrita...
    Talvez seja fácil você descobrir quem eu seja, no decorrer do tempo (se for o caso), mesmo assim, prefiro ficar na incognita, por questões pessoais, minhas.
    Beijos.
    7 de março de 2011 13:32

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