Era uma vez, e... 43 anos se passaram.
Já houve o tempo em que eu não sabia, achava que as coisas novas apagavam as coisas velhas.
Já fui sim menina-caipira.
Nos idos dos anos 70 morei numa cidadezinha rural, de ruas tortas, de terra batida e casinhas de madeira com seus enormes quintais. Eu tinha pouco mais de cinco anos, e é uma das minhas lembranças mais antigas.
Lembro do piano da escola, dos enormes besouros, do poço no fundo de casa, da Igrejinha, do capeletti in brodo, do frio pungente e dos eucaliptos gigantes.
Com eles papai fazia celulose.
E eu fazia poesia.
Sem nem saber.
É que ficava flutuando o olhar sobre aquelas toras de madeira castanha por horas sem fim. Desta maneira tocava com os olhos o que para mim era a felicidade : um tanto de verde, de vento, e o perfume que dava significado ao ar.
Hoje, a despeito de ser (estar) urbana e cosmopolita, vejo eucaliptos daqui da janela de casa, de onde escrevo. E, de alguma forma, estão sempre em meus caminhos.
Cuido para que não sejam só memórias...
Ontem, quando comecei a escrever o blog, eram uma pergunta.
Hoje são só deslumbramento...
Tudo aqui é verdade. Pelo menos é a minha verdade.
É minha maneira ritmada de perceber a vida.
Quero ver “através”, quero desconstruir o óbvio,
Quero celebrar a vida.
E depois... depois quero sentir os eucaliptos.
“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.”
- A.Cícero -
E, como o “para sempre” se assusta fácil, tenho fotografado para nada perder...
gostei !!! a velha e nova Solange , texto fluido , denso e leve . o dificil é descobrir que essa vida , tambem , é só ilusao .parabens . axé babá
ResponderExcluirdepois dessa foto , com certeza sua mãe deve ter descobrido que estava gravida de mais um...rs
ResponderExcluirdescoberto. putz!
ResponderExcluirLindo! Saudade de passar por aqui. Os textos continuam perfeitos, parabéns.
ResponderExcluirTudo se mistura dentro da gente, Solange. Início, meio e fim. Só precicamos ter habilidade para ficar transitando entre as duas pontas. Acho que os poetas fazem isso bem. Beijos e parabéns.
ResponderExcluiro passado continua existindo num mundo de fotografia e fantasia.
ResponderExcluirbjs
ns
É sempre bom vir aqui!
ResponderExcluirOlha tem sorteio de pijama dedeka lindo no meu blog, ele brilha no escuro e vem com sementinha pra plantar corre lá e partticipa já acaba dia 29 agora. bjs
Antes de mais, Parabéns! E sim, concluo o mesmo que tu.. São sempre mais memórias a encher-nos a cabecinha :)
ResponderExcluirSol,
ResponderExcluirEstou de volta depois de um período de descanso... Muito atarefada, mas com tempo suficiente para alimentar a minha alma de poesia. Por isso, vim aqui. Estava com saudades. Bjs
Sinto e compartilho do mesmo drama. O tempo voa sem a gente perceber. E quando a gente se dá conta, já foi.
ResponderExcluirBjos!
Quarenta e três anos a acumular emoções... quarenta e três anos a conheceres-te!
ResponderExcluirUm lindo texto de quem tem a noção do seu equilíbrio e que hoje está de parabéns.
Um beijo enorme.
Olá!Boa noite!
ResponderExcluirPelo que eu Li, acima, vc deve ter parado por algum tempo!Se parou, está numa forma perfeita para os escritos!
Texto perfeito, suave e perfeito!
Sim!A vida , tem o início, o meio e o fim...como dizem... cada um no seu quadrado! Tirar de cada um, o melhor!
Obrigado pela visita e palavras carinhosas no meu blog!
Muito obrigado!
Boa semana!
beijos carinhosos!
Amei :)
ResponderExcluirA nossa vida é só uma e não é possível apagar pegadas, o que é possível e necessário é construir novas marcas.
Amei, querida!
Vc é intensa e delicada ao mesmo momento.
Seus escritos são ótimos!
Beijos :*