Lembro de Rubem Alves dizendo que matar a fome é fácil, qualquer angu com feijão faz isso, mas numa cozinha como essa, o objetivo não é matar a fome, é o contrário: pretende-se provocá-la.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quando comer é provocar...
No caminho do escritório passo por um
simpático bistrô onde se lê na fachada “cozinha afetiva”.
É uma das minhas paisagens preferidas. Não pelo
lugar propriamente dito, porque ainda nunca entrei. Mas pela palavra. Não
resisto a essas palavras soltas que nos levam com elas. Passo por ali fantasiando
sabores nascidos de uma decisão de amor, imagino-me degustando uma carícia, e
ela deslizando boca adentro. Dessas fomes que não se quer matar.
Na cozinha daquele bistrô deve acontecer a
realização culinária de um sonho, a fusão do fogo, da cuia, da concha, das
facas, da noz, o gengibre, a pimenta...
Tudo para se perder na geografia dos lábios, da
língua, para penetrar nas vísceras, e, finalmente na alma.
Lembro de Rubem Alves dizendo que matar a fome é fácil, qualquer angu com feijão faz isso, mas numa cozinha como essa, o objetivo não é matar a fome, é o contrário: pretende-se provocá-la.
Lembro de Rubem Alves dizendo que matar a fome é fácil, qualquer angu com feijão faz isso, mas numa cozinha como essa, o objetivo não é matar a fome, é o contrário: pretende-se provocá-la.
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(fotografia clicada hoje cedo - http://www.cafeambrosio.com.br/)
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Com certeza aumenta-se o apetite.
ResponderExcluirOla Solange!
ResponderExcluirImagine o que pode ser feito em uma cozinha assim, liberando o liquidificador de emoções (como diria cazuza), fazendo o amor ferver, nada de banho-maria, rsrsrsrsr...
Muito legal!
Abraços, Flávio.
--> Blog Telinha Crítica <--
Fiquei com água na boca...
ResponderExcluirBjs,
Fiquei com apetite:)!
ResponderExcluirBjo
Provocar,ver onde essa fome vai nos levar,se algum dia pretende saciar alguma vontade do alma.
ResponderExcluirAdoro o jeito como vc escreve!
abraço e um bom fim de semana,=)
SOLANGE,
ResponderExcluir"quando comer é provocar",funcionou como uma inevitável forma de alimentar os meus mais inconfessáveis, desvios das minhas percepções mórbidas.
Certas provocações, de certos textos seus,são tão elegantes e de uma sensualidade absolutamente tão nobres que, me fazem pensar que sou, irrediavelmente, um bárbaro visigodo do amor.
Destes selvagens rudes,que entre os gregos e romanos eram denominados os estrangeiros.
Veja no que transformei sua ingênua referência àquela cozinha daquele bistrô,no qual abundam fogo, gengibre e pimenta!
Esquentou!
Mas, Solange, "bárbaro" também é uma interjeição e nesse caso,tenho ouvido muito por aí, essa aqui:
"Nossa, assim você me mata!"
Enfim, tudo isso, junto e misturado.
Um abração carioca.
Passo para dar um curtir! rsrs
ResponderExcluirbju gde
É sempre pelos corpos que nos unimos à alma do outro!
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