quinta-feira, 6 de novembro de 2014

me leve para onde bem entender...

Não há porque cortar caminho.
Não há porque ir direto à linha de chegada.
Sei agora que no amor beija-se com o corpo todo, na contramão da pressa. Cuida-se para que nada escape ao olhar.
São assim os passeios que temos feito um no outro.
Nenhum dos nossos sentidos está dormente, tudo vibra, tudo comunga, tudo deseja.
Não temos uma única intenção no nosso amor, não é só sexo, nem só bocas, ou beijos, ou delicadeza, não é só coisa alguma. Somos plurais em nossos quereres, desejamos o caminho todo. Cada curva, cada fresta, cada vão.
Percorrer uma trilha demorada, fazer amor mesmo sem o ato, provocar excitação intensa, despertar desejos lentamente, perder o fôlego...
Somos feitos desses abraços cheios de segredos ao pé do ouvido, das vontades nunca antes confessadas, dos beijos infinitos, de conversas sérias e de conversas tolas, somos riso e bilhetinhos, somos flor, somos água, palavras e silêncios.
Você segura a minha mão, e no minuto seguinte puxa o meu cabelo. Somos tanta coisa.
Não damos ouvidos à pressa do resto do mundo, flertamos com a vida. Nosso beijo demora, sempre e muito, não sabemos o que é ‘selinho’, vergonha ou censura. A gente se dá. É fato. E gosta. É fato também.
É por isso que deixo que você me leve para onde bem entender.
Porque nosso caminho é mais importante que nosso destino.
Nossa companhia é mais importante que a geografia.
Muito mais.

Solange Maia

2 comentários:

  1. Que lindo!
    Esta viagem tem que ser exatamente assim, para ser bem vivida.
    Adorei!
    Um abraço e fique com Deus.

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  2. Belleza en estado puro !!!. Abrazos....

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