terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
- Me ajuda, gente, puxa aqui comigo...
Morre Ricardo Boechat.
O silêncio devastador que notícias assim impõem é interrompido por um grito:
- Me ajuda, gente, puxa aqui comigo...
Por alguns instantes os 5 ou 6 rapazes à sua volta nada fazem. Buscam registrar imagens do acidente em tempo real, ensurdecidos e ensimesmados, indiferentes à presença real de um homem precisando ser salvo. Filmam a tragédia, enquanto Leiliane age. Tenta sozinha tirar o motorista do caminhão atingido pelo helicóptero.
Morre Boechat e, confesso, um pouco da minha fé.
A vida alheia machuca menos, alguns diriam.
Para mim não.
Dói todo o meu corpo.
E torço pela dissipação dessa sociedade cada vez mais narcísica e pelo fim desse período de alienação.
Torço por mais Leilianes. Por um mundo gregário, por gente de verdade.
Vivemos numa epidemia de distração, numa ausência.
Precisamos sair mais de nós mesmos.
Abandonar essa fronteira vazia.
Temos que reencontrar nossa humanidade.
O silêncio devastador que notícias assim impõem é interrompido por um grito:
- Me ajuda, gente, puxa aqui comigo...
Por alguns instantes os 5 ou 6 rapazes à sua volta nada fazem. Buscam registrar imagens do acidente em tempo real, ensurdecidos e ensimesmados, indiferentes à presença real de um homem precisando ser salvo. Filmam a tragédia, enquanto Leiliane age. Tenta sozinha tirar o motorista do caminhão atingido pelo helicóptero.
Morre Boechat e, confesso, um pouco da minha fé.
A vida alheia machuca menos, alguns diriam.
Para mim não.
Dói todo o meu corpo.
E torço pela dissipação dessa sociedade cada vez mais narcísica e pelo fim desse período de alienação.
Torço por mais Leilianes. Por um mundo gregário, por gente de verdade.
Vivemos numa epidemia de distração, numa ausência.
Precisamos sair mais de nós mesmos.
Abandonar essa fronteira vazia.
Temos que reencontrar nossa humanidade.
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