Tão lindo.
Alegro-me por ele. Muito. Mas não consigo evitar que meus pensamentos caminhem na contramão dessa benção: lembro dos milhares de idosos que já não têm mais ao seu lado seus companheiros e que se tornaram órfãos de seus filhos vivos. Esquecidos em asilos ou em residenciais luxuosos para a terceira idade. O lugar não importa. A dor é exatamente a mesma. O dinheiro vale infinitamente menos que o acolhimento.
Abandono é crime previsto em lei, muito embora todos saibam que garantias legais têm sido violadas indiscriminadamente. Isto é grave. Mas mais grave ainda é a absoluta falta de amparo afetivo. E a rejeição.
Consigo até compreender que para alguns o amor pode não ser possível. Que exerçam então ao menos o seu dever moral. Que sejam minimamente solidários. Que tenham compaixão. Ou vergonha.
Tenho 51 anos e uma das poucas coisas que tenho certeza é que ninguém passa indiferente ao tempo.
Daqui a muito pouco tempo, pode ser você neste lugar.
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