domingo, 17 de janeiro de 2010

do que não tenho...

Gosto do que não tenho.

Bastam-me os velhos linhos,

Copos de todas as cores,

E os mesmos amores.

.

Gosto do que não sou.

Porque já fui muitas mulheres

Mas hoje sou só brisa leve, aquarela, e mansidão.

Ando tão desacelerada.

.

Gosto dos lugares que não conheço.

De ruelas entortadas e semi luzes,

Onde sei que vamos ser, dia desses,

De almas entrelaçadas e mãos dadas.

.

Gosto do que me falta.

Principalmente disso.

Porque é dessa sede que nunca passa,

Que nasce em mim o desejo ardente de procurar.

.

Gosto porque são os meus nãos que me dão a exata medida do que sou.

41 comentários:

  1. uau!!Que profundo em??
    Amei!lindo post!!
    bjocas

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  2. "Gosto porque são os meus nãos que me dão a exata medida do que sou."

    Frase inteligente, mas eu continuo perdendo a noção exata do que sou.

    Beijo.

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  3. Sô, por isso temos sempre que gostar do que é hoje não é...

    Quanto a mim, é bom chorar e ter um colinho como seu em meu blog, me sinto tão aliviada e pronta para seguir e recomeçar de novo...

    Beijos e obrigada pelo seu colinho virtual.

    Niny

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  4. Dos limites conhecemos as fronteiras. O que ontem era um não, hoje amplificado e ampliado torna-se um sim.
    Colo beijo na superficie de sua alma.

    Hod.

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  5. Os nossos nõs, nos podem ajudar...Lindo,beijos,chica

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  6. olá querida...
    suas palavras sempre acompanham meus sentimentos, e é algo impressionante.
    senti falta disso.
    beijão!

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  7. Adorei...
    Marcando presença...
    Carinhosamente...

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  8. Interessante texto... Nossos contrapontos nos somam. Bjus.

    http://submundosemmim.blogspot.com

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  9. me incomodam as prateleiras que não li...

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  10. "porque é da sede que não passa que nascem todas as boas fontes"

    :)

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  11. Solange...

    É uma delicia ler-te!

    Beijos
    AL

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  12. Também eu gosto de todas essas coisas, e acho maravilhoso o poema.
    Parabéns por ele!!!!

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  13. querida, que percepção sublime - essa de gostar dos nossos "nãos". fico toda prosa com seus comentários. e agora estou curiosíssima pra saber desse livro. tá de quantos meses? pq eu não sei pra vc, mas a cada reportagem/texto que escrevo é como se fosse um parto. brinco que quando eu for mãe de verdade, pela primeira vez, já estarei acostumada (graças a essa profissão!) rs. beijão!

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  14. "Gosto porque são os meus nãos que me dão a exata medida do que sou."

    Você È maravilhosa! rs
    Tens uma fã! :)

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  15. Há um tempo em que é preciso
    abandonar as roupas usadas,
    que já têm a forma do nosso corpo,
    e esquecer os nossos caminhos,
    que nos levam sempre aos mesmos lugares.
    É o tempo da travessia:
    e, se não ousarmos fazê-la,
    teremos ficado, para sempre,
    à margem de nós mesmos

    Fernando Pessoa

    Te desejo uma linda semana com muito amor e carinho
    Abraços

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  16. Sei bem. Minha alma tem saudade daquilo que não viveu...

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  17. E essa busca não pode parar. Eu também ando gostando muito do abstrato, porque o concreto é muito óbvio. Parabéns mais uma vez.Beijos

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  18. e assim... desse mesmo jeito... eu só sinto-me... incompleto...

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  19. Solange,

    Voltei de férias, e vim retribuir tua visitinha tão simpática no meu blog!

    Gosto muito de ler as coisas que escreve!

    Eu também gosto de muitas coisas que não tenho, do que não sou, de lugares que não conheço...muito legal você conseguir colocar tudo isto em forma de poema!

    beijo carinhoso,

    neli

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  20. Solange, lindo demais!!! Você sempre me emociona.

    Beijos

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  21. E me falta sempre te ler, e te sentir.

    KK

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  22. Amo tudo o que não tenho...me torna LEVE e LIVRE para VOAR!

    LINDO!!!

    Somos cada dia mais e mais MILIONÁRIAS dos NÃOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Viva, amém e amém!

    Te amo demais, sua linda!

    Bia

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  23. Do que não tenho:
    A inspiração e a beleza de Eucalipitos na Janela!! Os meus ainda são sementes.
    bj

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  24. Aquela frase...Nao sei o que quero, mas sei exatamente o que nao quero.. Tem no filme do Cazuza. Sempre Cazuza..
    Eu sei que gosto do Cazuza, e de outras coisas mais, e somando tudo, forma uma pessoa que eu pretendo admirar. É isso que eu quero, poder me olhar e dizer..Que massa.
    Beijos, e um café poético.

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  25. "são
    os meus nãos
    que me dão
    a exata medida
    do que sou"

    Muito bonito, Sol!
    Mas, talvez,
    falem mais de mim
    os meus sins...

    Beijo,
    doce de lira

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  26. Quantos nãos se faz uma mulher...


    Bjs
    Mah

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  27. Adorei!
    Também gosto dos lugares que não conheço, esses Nãos fazem a gente buscar mais o que queremos fazer e o que queremos gostar...

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  28. Houve um dia em que descobri um caminho novo pra trilhar nesse lugar, encontrei pessoas incríveis, pessoas que o tempo tirou de perto, me fez afastar, mas esse mesmo tempo me trouxe de volta, e te ler depois de mais de um ano, me causou um misto de nostalgia com prazer... as coisas e pessoas mudam, mas as sensações que elas causam, não!

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  29. É pelos limites que sabemos quem somos e do que somos feitos. Um não muitas vezes traz mais alegrias que os muitos sins que sempre recebemos.

    Beijos no core!
    Saudades de você (E no plural mesmo viu? porque é muita, muita, muita!)
    Layla Barlavento
    culpadowalter.blogspot.com

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  30. Eu tb gosto do que não sou...
    Pq é por meio "delas" que eu posso representar para o mundo... Aquilo q não vai em meu coração, mas q ao Mundo interessa ver...

    A ficha está começando a cair de verdade So, a Saudade está começando a apertar de verdade...

    Tem um post novo no Dama das Aguas!!!

    bjão

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  31. Oi Solange,esse poema está muito bonito...sabe que fico contente de ler essas coisas pelos blogs. Quando a gente pensa quenãovai enmcontrar um poema melhor que o anterior, vem outro e surpreende a gente...isso é muito legal
    Fiz uma frase que ao te ler lembrei...
    "Não posso quantificar o que não tive
    Portanto,não posso dizer que seja perda
    o que já me nasceu ausente...isso é o que dá a sede que nunca passa...rs
    Vou te deixar um convite ok...

    Vamos a parte colada...rs

    Mudando de assunto, eu agora te convido a participar do aniversário de três anos do Verseiro, no dia 26 de janeiro.
    A idéia é que cada um que queira participar, faça uma postagem colocando uma foto sua quando criança ou adolescente junto a irmãos, primos ou amigos e conte alguma passagem de sua vida nessa época, alguma travessura, algum fato que marcou em sua memória de forma alegre, engraçada...rs
    Vamos comemorar e sorrir juntos...
    Conto com sua presença, mas fique a vontade quanto a fazer a postagem ou não ok...

    “O passado não reconhece seu lugar
    Está sempre presente”

    Mário Quintana

    Um abraço na alma...bjo

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  32. Aproveitando a deixa...

    Sabe, gosto do que não escrevo
    Pois assim casualmente me deparo "do que não tenho..." e percebo que em alguns lugares pessoas anonimas me "conhecem".
    Portanto...
    Muito prazer, Flávio Omena.

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  33. Me sinto assim como seu poema,leve,confiante,desacelerada. Lindo de viver! Tocou meu coração. bjs

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  34. Encantador, simples e direto, e contém toda a filosofia do mundo.

    Muito bem...

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  35. Concordo com a ultima parte, pois ao recebe um não, com certeza a pessoa acaba se mostrando...

    Fiquem com Deus, menina Solange Maia.
    Um abraço.

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  36. Estou amando ler voce e com isso escrevendo, que construção linda, e gosto de ler e fazer uma releitura toda minha, aqui esta:

    Tenho

    O que tenho é puro alimento
    Basta para mim com aviamento
    Me abasteço nas sete cores
    Que saudades ter os mesmo amores
    Ainda não aprendi sou multicores
    Sai e caminho pelos corredores
    Onde ainda tenho marcas
    E em certo ponto dores
    Mais sei sentir o vento
    Ele sim é um alento
    Aquele que traz um maravilhoso
    Movimento
    Amo as ruelas de Ouro Preto
    Mesmo na escuridão
    Lá almas vagueiam são uma
    Multidão
    Nunca serei completo
    Me sinto ainda um deserto
    Sou um ser demente na procura
    Do certo
    Ainda bem que temos sede
    Isso é viver não só de concreto
    Mas querendo mais, não o exato
    Mas o que me faz muito pensar
    Tudo aquilo que é incerto
    Que me remete a discutir
    Não nasci para ser somente
    Um pequeno inseto

    Ulisses Reis®
    03/03/2010

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  37. Por que tudo que nos falta também faz parte da gente, do outro lado da moeda, no lado avesso de ser.

    Que lindo, quanta profundidade.

    Sensibilidade pra acolher o nãos...quem sabe um dia também aprendo.

    Beijos a ti menina bonita

    Erikah

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