quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

desse enorme desamparo...

Olga Curado conta que seu pai dizia :
- Vá para o mundo que eu estou aqui atrás.
Comento sempre sobre essa fala, não exatamente sobre a história de Olga, porque ela poderia ser a história de Maria, de Pedro, de Miguel, mas sim sobre o poder que tem um carinho desses, sobre a sensação mágica de se ter alguém que nos proteja, sobre a sorte de quem tem esse encorajamento emocional...

Na verdade acho que a sensação proporcionada é mais importante do que a proteção em si.
Porque no fundo a gente sabe que se vira, mas caminhar com essa blindagem faz um bem danado.
É que andamos precisando tanto dessa gente que fica no backstage, desse amor silencioso, desses anjos sem asas.

Comento sempre sobre essa fala porque é o meu jeito tímido de chacoalhar quem não se dá, é minha maneira de hastear uma bandeira, porque sei que no fundo somos todos iguais.
Sei que por trás de cada coragem há sempre uma renúncia,
e quase sempre um enorme desamparo....
.

13 comentários:

  1. Sol,

    Eu sei bem desse enorme desamparo. Foi com ele que eu aprendi a dar ao outro tudo aquilo que me fez falta.

    Acredito que a ausência desses anjos em minha vida, multiplicou o meu amor pela humanidade. É que enxergo no outro as minhas carências e, em sendo assim, exerço melhor a minha capacidade de amar. Bjs

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  2. "- Vá para o mundo que eu estou aqui atrás."

    Acho que todos que tem filhos, deveriam decorar essa frase!

    Por aqui eu fico!
    Tenha um Bom Carnaval!
    Até mais...

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  3. Adorei a frase. Mais ainda a sensibilidade.

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  4. Mana, eu sei que você sabe que eu sempre "estou aqui atrás" para você, não é????

    Que lindo isto tudo!

    Te amo, sua linda...

    Bi

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  5. Um texto belíssimo que aponta para um problema bem real... o do amparo ou não que estamos dispostos a dar aos outros!
    Sim... porque todos nós somos frágeis!
    Há que criar essa teia de amparo... há que sermos bem mais solidários.
    Beijos por teres editado este post.

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  6. ola
    bom dia
    bjs from Turkey

    http://laracroft3.skynetblogs.be

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  7. Olga e seu pai tinham mesmo suas razões, mas eu no entanto,quando caminho com alguém pelo mundo, caminho... ao lado.

    Abração carioca.

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  8. Ah, Sol! Lindo demais!....Obrigado por mais esta alegria que me envias neste texto....
    Transcrevo aqui uma passagem do livro A TRÉGUA (Mario Benedetti)... nem sei bem porquê ... sei apenas que ao ler você, lembrei-me deste texto...que está no blog BICHO SOLTO.
    Um abraço bom!
    Edson
    “(…) Ela havia se levantado, assim, envolta na colcha, e estava junto à janela, olhando a chuva. Aproximei-me, também olhei como chovia, por um instante não dissemos nada. De repente, tive consciência de que esse momento, de que esse pedaço de cotidianidade, era o grau máximo do bem-estar, era a Felicidade. Nunca havia sido tão plenamente feliz como nesse momento, mas tinha a sensação dilacerante de que nunca mais voltaria a sê-lo, ao menos nesse grau, com essa intensidade. O cume é assim, claro que é assim. Além disso, estou certo de que o cume dura apenas um segundo, um breve segundo, uma centelha instantânea e sem direito à prorrogação.” *

    a grande loucura é a gente passar a vida querendo chegar lá uma outra vez: ao cume!

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  9. Oi Solange, essas tuas palavras são excelentes para refletir nesses dias...
    E na realidade somos todos iguais, embora haja uns mais iguais que outros,...

    Bj e bom carnaval!

    Rui

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  10. Alguém atrás, para a gente poder se sentir bem, e voltar se preciso.. alguém ao lado, para caminhar junto... alguém à frente, para mostrar onde podemos chegar..

    Adorei teu texto!

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  11. É a ilusão da segurança que tem se tornado imprescindível em mundo no qual nos sentimos cada vez mais desprotegidos... Tentamos nos cercar de muros, alarmes e outros aparatos, no entanto nada como a palavra de alguém em quem confiamos para nos fazer sentir amparados diante da constante sensação de risco eminente...

    http://sublimeirrealidade.blogspot.com/

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  12. Olá!

    Gostei muito da postagem, ela me fez lembrar de uma estória que ouvi e não sei se é verdadeira mas quem me contou disse que é.

    Um navio estava no meio de uma tormenta e estava quase naufragando enquanto um menininho tranquilamente brincava no convés. Então uma pessoa que estava muito aflita viu o menininho e perguntou porque ele não estava com medo e ele respondeu:
    - Não estou com medo porque o capitão é o meu pai!

    Bela postagem! Valeu!

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  13. Ola é a primeira vez que venho no seu espaço oriundo da querida comunidade blogosfera do Facebook. E já estou seguindo...

    Realmente é muito bom contarmos com o apoio das pessoas que amamos! Essa "blindagem" como disse não serve apenas como um porto seguro mas principalmente nos dando força para vencer e coragem para enfrentar novos desafios.

    Abraços, Flávio.
    --> Blog Telinha Critica <--

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