terça-feira, 1 de maio de 2012

dói...

Como o leite que azeda esquecido fora da geladeira. Como a saudade de alguém que já morreu. Como um silêncio que não se entende. Como alguém que não sai de cima do muro. Como a noite em que se descobre que Papai Noel não existe. Como uma bala que já saiu da arma. Como tatuagem com o nome de uma velha história. Como uma inocência roubada na adolescência. Como uma lágrima que não sai. Como perder um jogo na prorrogação. Como saber que nunca mais vai se ouvir ao vivo Elis. Como um nó machucando a garganta. Como uma escultura de gelo derretendo ao sol.
Dói.
Amor que não acaba dói.
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9 comentários:

  1. Tristes e reais.Dói mesmo! beijos,ótimo resto de feriado!chica

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  2. Um texto lindísssimo e que ia lendo e dizendo... é isso mesmo!!
    E quando cheguei a "Como saber que nunca mais vai se ouvir ao vivo Elis"... então é que tive a certeza que era mesmo assim!!
    Um beijo grande... pela forma como dizes o que sinto!

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  3. Querido Solange, uma colega estava em um namoro há pelo menos um ano, um namoro que lhe deixava insegura, cheia de ciúmes e sempre à espera..com o tempo ela desenvolveu sérios sintomas de gastrite com refluxo até vômitos, o caso se agravou e tal pessoa foi ao médico.
    O médico, mt sensível, ao saber dos sintomas físicos, depois de conversar por uma hora virou para a paciente e disse:
    " Vc sabe como curar tal sintoma, faça aquilo que vc tem que fazer, seu corpo já está expulsando o que vc ainda insite em tentar digerir"

    O médico não sabia da situação afetiva da paciente. E ela achou suas palavras um absurdo. Mas voltou pra casa e poucos dias depois resolveu colocar um fim aquela relação. Com o fim do namoror, passou tb a gastrite e seus sintomas.
    E ela começou a chorar, ficou triste...e sofreu muito. Porque doi.

    E contra tal sintoma não havia rémedio que curasse...então ela não ela sentiu sua dor, que mesmo forte buscou canalizar esforços em outros investimentos, nas outras formas de amor. Porque o homem tem uma dimensão maior, o homem é sexo, é afeto, mas é tb um ser social e racional..

    Não fomos criados para o sofrimento, mas não estamos inertes a ele. O que nos resta é ouvir a dor e aprender com ela...e seguir


    bjs com carinho, nana

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  4. Ola,
    Quanta emoção sai de seu texto, direto, puro e pulsante, fiquei até sem palavras...

    Apenas dizer que adorei mesmo.


    Abraços, Flávio.
    --> Blog Telinha Crítica <--

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  5. Minha querida

    E como dói...é uma presença ausente que não nos deixa.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  6. O amor se transforma. O que acaba são os sonhos, a vida a dois, as brigas e desentendimentos, a divisão da cama.
    Se o amor acabasse estava bom, se fosse ruim usaria até acabar ou sendo muito bom sempre regaria para nunca encerrar. rs

    Sempre lindas suas postagens, A-D-O-R-O!
    Bju gde

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  7. Solange querida,


    Conheço bem esta história...
    Tem gente que faz disso seu modus operandi de amar e, pior... ainda se compraz com a dor do outro!


    ... mas novos amanheceres SEMPRE chegam! :)



    Linda prosa, como sempre!
    Bjão

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