
É a gente, que a gente não pode ser.
É a gente, que a gente não pode ter.
É o talvez mais sedutor.
A promessa mais vã.
Você o quis agora, com a urgência das decisões cartesianas.
O sim, ou o não.
A pele. A química. O desejo. A paixão.
Você e seus sentimentos disciplinados, suas palavras sinceras, embora nem sempre doces.
Você com seu temporal.
E sempre certa desconfiança da felicidade. Uma melancolia perene. Uma alegria sistemática.
Romântico na medida certa e tantas vezes de bons silêncios.
Eu o quero pelo caminho mais longo, o mais teimoso, o mais arriscado.
O talvez.
A alma. A geografia. O encontro. O amor.
Eu, e meus impulsos indisciplinados, minhas entrelinhas, meu mel.
Eu com meu bom tempo.
E um otimismo incansável. Um orgulho besta. Uma felicidade desencontrada.
Romântica de medidas incertas e tantas vezes de eloqüência retórica.
Nosso amor é interessante porque é assim, ao contrário.
E é a gente, que a gente tanto tenta disfarçar.